'Já deveríamos ter reunião com o Ministério da Saúde', diz Rui Costa sobre insumos para vacina

Governador cobrou celeridade na preparação para compra de produtos como seringas

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  • Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 19:42

- Atualizado há um ano

. Crédito: Gil Santos/Arquivo CORREIO

O governador Rui Costa cobrou uma preparação logística do governo federal quanto aos insumos que serão necessários para a vacinação em massa, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar uma vacina. Em entrevista à rádio Bandeirantes, nesta segunda-feira (7), Rui falou que considera importante que o país garanta insumos como seringa, por exemplo. “Já deveríamos estar tendo reunião do Ministério da Saúde com os secretários de Saúde dos estados e dos municípios pra preparar toda a logística. É preciso urgência em toda essa preparação para, assim que a vacina esteja disponível, nós possamos iniciar [a vacinação] imediatamente”, falou o governador ao apresentador José Luiz Datena. Rui também apontou que outros países já estão adquirindo esses produtos e que não há volume suficiente para, de uma vez só, atender a toda população mundial. “Mesmo o maior produtor do mundo de seringas, que é a China, não tem quantidade pra oferecer no curto prazo. É preciso que a gente planeje já as licitações para compras”, alertou. O governador baiano também projetou que em um mês, os principais órgãos reguladores internacionais irão aprovar as vacinas já em teste como a da Pfizer, Moderna, CoronaVac e a Sputnik V. “A Rússia já iniciou sua vacinação, a China também. Hoje, quem quiser se vacinar voluntariamente na China, pessoas que estão vindo do exterior, eles estão fazendo também. E, logo, os países vão exigir que, para receber turistas, pessoas que vão trabalhar em outros países, sejam vacinados”, ponderou.  Durante a entrevista, Rui Costa também cobrou celeridade da Anvisa na análise das vacinas. “A Anvisa tem que tratar com absoluta prioridade e urgência a análise das diversas vacinas. O Reino Unido aprovou a fase de vacinação emergencial. Ainda não é a aprovação definitiva, mas destinada a grupo de alto risco”, lembrou. Para o gestor público, a falta de vacinação pode impactar não só na saúde da população como, também, na economia. “É preciso que o agronegócio brasileiro tome cuidado. Hoje, saiu mais uma notícia de que a China voltou a descobrir o vírus em embalagens de congelados brasileiros. É preciso que a gente mantenha a sintonia de vacinação com o mundo. Caso contrário, nós teremos, inclusive, embargos nos nossos produtos”, disse.  Quando questionado sobre a politização da vacina, Rui Costa afirmou que o debate deveria ser somente de cientistas e médicos. “Aos políticos cabe tomar as decisões nos momentos adequados para garantir agilidade da população em ter acesso a medicamentos e a vacinas. Não existe vacinas democráticas ou vacinas comunistas. O que existe são vacinas e remédios produzidos pela ciência, independente do cientista ser russo, chinês, alemão ou brasileiro. O que interessa é a segurança da vacina, a eficácia da vacina e o preço que eventualmente ela vai ser comercializada, para garantir uma compra em massa pra toda a humanidade”. Segundo o governador, a Bahia está em contato com as embaixadas dos países que estão produzindo vacinas, além da diretoria da Pfizer e da Moderna.  “Temos que dialogar com todo mundo que tem uma vacina disponível”, falou.  Rui também lamentou o crescimento da contaminação no estado. “Nós voltamos a um ritmo de crescimento alto, que só em junho e julho tínhamos tido. E dessa vez disseminado em vários municípios da Bahia. Tínhamos caído para o patamar de 20 mortes diárias e, esse final de semana, elevamos. Fomos, ontem, a 30 óbitos, sendo 22 deles em Salvador. Então, ela volta com força e volta com mais força na capital”, revelou.