Já no Brasil, médico detido no Egito faz live e diz que foi 'infantil e infeliz'

Sorrentino diz que viveu seus "melhores e piores" momentos da vida no país

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  • Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2021 às 14:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O médico Victor Sorrentino, detido no Egito depois de postar um vídeo em que constrange uma vendedora muçulmana, está de volta ao Brasil e fez um pronunciamento público em uma live na noite da terça-feira (8). Sorrentino pediu desculpas pelo vídeo em que expõe a mulher e afirmou que não deve nada à Justiça do Egito.

Sorrentino diz que viveu seus "melhores e piores" momentos da vida no país. “Eles me investigaram e foi uma investigação maçante. Eu sofri muito, muito mesmo. Passei os melhores e piores momentos da minha vida. Os piores porque eu nunca imaginei que eu fosse passar por aquilo e nunca imaginei que minha família fosse passar pelo que ela passou. Ficaram sem ter notícias minhas durante um período. Essa investigação foi muito dolorosa porque eles não sabem o quanto as pessoas aqui estavam sofrendo”, afirmou o médico.

No vídeo gravado e divulgado por Sorrentino, ele aparece falando em português com uma vendedora de papiros da cidade de Luxor. Vocês gostam mesmo é do bem duro, né?”, pergunta o médico. “Comprido também fica legal, né? O papiro comprido", diz ele. A vendedora aparenta estar sem graça e diz que sim, em espanhol. O médico e os amigos que estão com ele caem na risada.

Sorrentino chorou várias vezes durante a live. Disse que assume que errou, de uma maneira "infantil e infeliz". “Sou homem o suficiente para reconhecer todos os meus erros", garante. 

Ele disse que não teve tempo de pesquisar sobre a cultura do Egito, porque a viagem foi feita em cima da hora. O clima na loja onde gravou o vídeo era descontraído e de brincadeira, inclusive de cunho sexual, afirmou ele, dizendo que a ela falaria fluentemente português. Ele mostrou uma foto em que posou ao lado dela, com figuras mitológicas desenhadas com pênis ereto ao fundo. Exibiu também um vídeo de outros vendedores fazendo piada sobre o tamanho do pênis dos brasileiros e dos egípcios.

Para o médico, o vídeo foi editado para ficar parecendo pior. “Editaram o vídeo, só aquela parte, traduziram pra língua árabe e divulgaram nas redes sociais”, afirmou. “Vocês percebem que naquele clima de brincadeira, cometer um descuido como eu cometi…", disse. "Isso pode tomar uma dimensão gigantesca. Fui super infeliz com a brincadeira que eu fiz".

Sorrentino disse também que não reagiu bem à primeira onda negativa em relação ao vídeo. Mas ele reafirmou que o fez e também que pediu desculpas à vendedora e à família mais de uma vez. Ele diz que a funcionária não quis prestar queixa. 

“As autoridades decidiram em tudo que investigaram dos fatos que não havia motivos para abrir um processo para o Victor, não havia motivos para deportar o Victor, não havia motivos para reter o passaporte do Victor e que portanto o Victor deveria seguir o seu curso para casa com o passaporte, podendo voltar para o Egito quando quisesse sem ter que pagar absolutamente nada a não ser o preço do sofrimento de ter ficado praticamente seis dias sendo investigado em condições que são diferentes de condições do Brasil", finalizou.