Jacarezinho: Polícia do RJ erra contagem e divulga novo número de mortos

O número, segundo a Polícia Civil, é de 28 mortes no total

Publicado em 9 de maio de 2021 às 14:54

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Divulgação

A Polícia Civil corrigiu a lista com o número de mortos durante a operação realizada na Favela do Jacarezinho, na quinta-feira (6). A informação que havia sido passada neste sábado (8), de 29 pessoas mortas, incluindo o policial civil André Leonardo Frias, posteriormente foi corrigida para 28 óbitos, em nota divulgada na noite de ontem.

“A Polícia Civil informa que 27 criminosos e o inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias morreram na operação. O equívoco aconteceu por conta de dois corpos que não estavam identificados no hospital, mas que já tinham sido identificados pela Delegacia de Homicídios; o que causou a contagem dupla.”

A Polícia Civil e o governo do Rio negaram ter havido execuções durante a operação e sustentaram que os mortos eram ligados ao tráfico de drogas, embora a ação seja questionada por organizações de direitos humanos e por moradores da comunidade.

Repercussão internacional O massacre na favela carioca, rapidamente, repercutiu na imprensa internacional. Veículos britânicos como o The Guardian, BBC, The Independent, The Sunday Times e o argentino La Nación noticiaram o ocorrido.

"Os tiroteios feriram dois passageiros do metrô, que circula na superfície daquela parte da cidade, afirmam as reportagens, que mostram pacientes sendo atendidos na plataforma", escreveu o jornal argentino La Nación.

O Guardian classificou a ação como uma carnificina. "Fotografias e vídeos feitos pelos moradores e compartilhados com o jornal mostram cadáveres ensanguentados espalhados nas estreitas vielas da favela e ao lado do rio poluído que dá nome ao Jacarezinho", diz a reportagem. 

Os jornais também destacaram as imagens aéreas que mostram suspeitos fugindo da polícia pulando de laje em laje pelas casas da favela, divulgadas pela TV Globo.

Em nota, a Polícia Civil disse que fez uma operação contra o crime organizado e que comunicou o Ministério Público sobre a ação, como determina o Supremo Tribunal Federal (STF).

Letalidade policial no STF Na tarde desta quinta, após a repercussão do massacre, o ministro Edson Fachin, do STF, decidiu pautar para o próximo dia 21 o julgamento de recurso do PSB sobre a elaboração de um plano de redução da letalidade policial. 

O ministro colocou o tema em discussão no plenário virtual da Corte. Desde junho do ano passado, o STF suspendeu operações em favelas durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em "hipóteses absolutamente excepcionais", com o Ministério Público sendo avisado.