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Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2023 às 23:46
Os tremores de terra recorrentes em Jacobina, no Norte do Estado, estão assustando os moradores. Dos cinco abalos sísmicos registrados na Bahia, neste ano, quatro foram em Jacobina e um em Jaguarari.>
Na última terça-feira (17), moradores da Rua Santos Reis, no bairro da Grotinha, ficaram em pânico durante o episódio de tremor. Eles relataram ouvir um forte barulho e suas casas tremerem. O abalo aconteceu por volta das 18h30 e atingiu 2.7 mR nas estações sismográficas operadas pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande Norte (LabSis/UFRN).>
Um dia antes, na segunda-feira (16), as estações do LabSis/UFRN já tinham registrado um tremor de mesmo impacto. O abalo aconteceu por volta das 14h30 e atingiu 2.5 mR. Apesar da alta liberação de energia, não houve relatos da população ter sentido ou ouvido o tremor. >
Uma outra atividade sísmica aconteceu no último sábado (14). O tremor teve magnitude de 1.7 mR. No dia 8 de janeiro mais um abalo de magnitude calculada em 1.5 mR também foi registrado em Jacobina.>
Em dezembro de 2022, Jacobina foi o município baiano com mais registros de tremores, totalizando 11 ocorrências. A cidade de Jaguarari registrou cinco tremores, além de Campo Formoso e Curaçá, que tiveram um tremor cada. Todos 18 terremotos que aconteceram no período foram em municípios da região norte do Estado.>
Em apenas um dia, em maio do ano passado, Jacobina contabilizou 16 tremores. Na ocasião, o de maior magnitude, registrado às 4h48, teve sua magnitude calculada em 2.3 mR. O mesmo aconteceu em 4 de março de 2022, quando o município registrou 17 eventos sísmicos.>
Desde fevereiro de 2021, quando foi instalado o sismógrafo na cidade, foram contabilizados mais de 100 tremores. Clique aqui e veja o relatório do LabSis/UFRN.>
Mineração Moradores acreditam que os tremores tem relação com a atividade mineradora da Jacobina Mineração Yamana Gold, que atua fazendo a extração de ouro na cidade.>
Em nota enviada ao CORREIO, a Yamana informou que os horários de desmonte de rocha nas minas não coincidem com os horários dos tremores sentidos pela população e pelas estações do LabSis/UFRN. A empresa informou ainda que instalou quatro aparelhos para medições sismológicas na barragem e nas comunidades de Jaboticaba e Itapicuru. Veja nota na íntegra:>
Em virtude dos recentes abalos sísmicos na região e em atendimento aos questionamentos das comunidades locais, a Jacobina Mineração/Yamana Gold – JMC esclarece que os horários de desmonte de rocha para a operação de lavra em sua mina não coincidem com os registros feitos no final de semana pelo Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis-URFN). >
Desde fevereiro de 2021, uma equipe de especialistas em sismologia independentes analisa os eventos ocorridos no município de Jacobina. Desde então estão sendo desenvolvidos trabalhos geológicos e geofísicos e levantamento das áreas de riscos sísmicos. Para estas análises, a JMC adquiriu quatro aparelhos para medições sismológicas que foram instalados estrategicamente na barragem e nas comunidades de Jaboticaba e Itapicuru. Os equipamentos fornecem informações, em tempo real, na detecção e medição de tremores de terra.>
A empresa tem acompanhado os boletins fornecidos pelo LabSis-URFN sobre os abalos sísmicos naturais e de baixa magnitude que vêm ocorrendo no nordeste brasileiro como em Belo Monte-AL, Paramoti-CE, Canhoba-SE, Caruaru-PE, e na Bahia nos municípios de Laje, Jaguarari, São Miguel das Matas e Jacobina e continua aberta, transparente e ouvindo as comunidades.>
É importante ressaltar que as barragens da JMC foram construídas considerando possíveis abalos sísmicos. Elas continuam seguras, operando normalmente e com Declaração de Condição de Estabilidade validada junto à Agência Nacional de Mineração (ANM).>
A JMC continua à disposição para esclarecimentos, informações e dúvidas por meio dos canais oficiais: Ouvidoria 0800 071 3230 (24h por dia), ou pelo e-mail [email protected].>