Jadson sonha em acesso à Série B e garante: 'Não vim aqui por dinheiro'

Apresentado nesta quinta-feira (6), meia é o principal reforço do Vitória para a disputa da Série C

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  • Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2022 às 17:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Pietro Carpi/EC Vitória

O meia Jadson chega ao Vitória com pompa de principal contratação do clube na temporada. Aos 38 anos, ele é o mais experiente do elenco rubro-negro, e tem uma carreira recheada de conquistas - incluindo uma Copa das Confederações pela Seleção Brasileira. Para sua primeira passagem pelo Leão, deixa claro qual o objetivo: levar o time de volta à Série B."Em todos os clubes que eu passei, sempre consegui títulos. Deixei meu nome gravado na história deles. Aqui não será diferente. Meu objetivo é esse. Se o Vitória está na Série C, meu objetivo é subir para a Série B", garantiu."Eu não vim aqui por dinheiro, vim por desafios. Nós todos somos motivados por desafios, minha carreira toda foi dessa maneira. O projeto que o Alex [Brasil, diretor de futebol do Leão] me explicou, toda direção, eles estão empenhados a fazer, comprei esse projeto. Agora quero ajudar o Vitória a subir para a Série B e conquistar os objetivos desse ano", completou.

Com enorme experiência no futebol, o meia já é visto como uma liderança - e não foge dessa responsabilidade. Para ele, os jogadores mais velhos devem assumir esse papel, principalmente com um elenco recheado de garotos vindos da base."Eu tenho minha responsabilidade no grupo. Pode ter certeza que vou chamar essa responsabilidade", afirmou."Sei que vou ser cobrado, como todos os jogadores. Cada um tem sua responsabilidade dentro de campo. A torcida do Vitória pode ter certeza que estou empenhado nos treinamentos, para ficar bem fisicamente, para, quando chegarem os campeonatos, ajudar da melhor maneira possível. Se eu estiver bem fisicamente, tenho condições de ajudar a equipe a conquistar as vitórias".

Jadson também falou sobre sua preferência dentro de campo. Apesar de já ter jogado mais aberto, o meia assumiu que prefere a posição mais centralizada, buscando um bom passe para o gol."Todos já sabem a forma que eu jogo. Acabei jogando um pouco mais aberto na época do Corinthians, mas não é minha posição. Gosto mesmo de jogar mais centralizado. E criar jogadas. Os meninos da frente são rápidos. Já estou na cabeça deles para me darem um facãozinho, para que eu dê umas assistências para eles. A gente está se conversando, conhecendo, e tenho certeza que será um grande ano", falou.Facão, no linguajar do futebol, é quando um jogador corre em diagonal saindo da ponta para o centro, em direção ao gol adversário. É um movimento típico de atacantes à espera de um passe do meia.

Essa, aliás, não é a primeira vez que Jadson foi procurado pelo Vitória. Ele revelou um contato anterior, no ano passado, e explicou que preferiu o Avaí para estar mais perto de Curitiba, onde mora a família. Assim, foi emprestado ao time catarinense pelo Athletico-PR, fez nove jogos (cinco como titular) e conquistou o acesso para a Série A.

Para ter o jogador no elenco, aliás, o Vitória correu contra o tempo. O clube está impossibilitado de realizar contratações em 2022, por causa de uma punição da Fifa, e precisou agilizar os tramites burocráticos. Deu certo: as rescisões com Avaí e Athletico-PR saíram dentro do período e Jadson conseguiu ser registrado pelo Leão. Depois, o clube até ganhou um prazo maior para regularizar atletas, já que a CBF entrou em regime de plantão.

O episódio foi lembrado por Fábio Mota, presidente em exercício do clube. "O Vitória fez um grande esforço para ter Jadson no nosso elenco. Um jogador que dispensa comentários pelo currículo. Desde a Seleção, outros grandes clubes. Foi um esforço muito grande. Queremos agradecer a ele por ter topado vir para esse projeto. Nosso projeto é de volta à Série A, nunca escondemos de ninguém".

Jadson começou no PSTC, de Londrina, e despontou para o futebol brasileiro no Athletico-PR. Em 2005, foi negociado com o Shakhtar Donetsk e atuou por oito temporadas no time ucraniano. Voltou ao Brasil em 2012, para defender o São Paulo e, dois anos depois, se transferiu para o Corinthians, onde foi duas vezes campeão brasileiro (2015 e 2017), além de tri paulista nos cinco anos em que defendeu o clube, até 2019. Pela Seleção, foi campeão da Copa das Confederações em 2013.

O meia retornou ao Furacão em 2020 e, na temporada seguinte, acabou afastado do elenco principal em setembro. Então, foi emprestado ao Avaí para atuar na Série B. 

Confira outros trechos da entrevista de Jadson:

Agradecimento Queria agradecer ao Vitória por estar me dando essa oportunidade, jogar a primeira vez aqui no Nordeste. É uma grande equipe. Não pode estar nessa situação, o Vitória merece coisas maiores. Pode ter certeza que estou muito focado em ajudar o Vitória a sair dessa situação, todos os jogadores também. Vamos em busca dos desafios desse ano.

O que motivou a fechar com o Vitória? Na conversa que tive com Alex, ele me explicou que a direção que está aqui hoje é séria, que está comprometida com o clube, com os jogadores, com toda essa situação que o Vitória está passando hoje. Como eu disse, não deveria estar. Esse foi o maior motivo de eu estar aqui hoje. Minha primeira vez jogando no Nordeste. É uma grande equipe. Temos um ano difícil pela frente, não vai ser fácil. São muitos desafios. Mas o grupo é muito bom, Dado está fazendo um ótimo trabalho, é um cara excelente. Temos tudo para conquistar nossos objetivos neste ano.

Estrutura do clube Só tinha vindo aqui para jogar contra o Vitória. Só tinha vindo no Barradão, não conhecia a estrutura. O clube dá todo apoio aos jogadores, sustentação fora de campo. Para o Dado, que é o treinador, isso também é muito importante. Temos tudo aqui. Devemos usar o que o clube nos dá para recuperação, treinamento, estar bem fisicamente nos jogos. Com o trabalho do Dado, a gente conseguindo entender o que ele vai passar, temos tudo para fazer um grande ano. (...) Estrutura ótima. Poucos clubes dão essa condição de trabalho para os jogadores. O Vitória não deveria estar nessa situação. Isso a gente não pode se conformar. Eles dão um ótimo respaldo extracampo para nós. Fiquei impressionado. Claro, já passei por vários clubes, e cada um tem sua condição. Mas aqui me deixou impressionado. Fico feliz de defender essa camisa.

Poucas oportunidades pelo Athletico-PR e Avaí Nesses dois últimos anos, acabei não atuando muito nas equipes. Não pela minha condição, acho que foi mais a questão extracampo que acabou não me dando muitas oportunidades. Nas vezes que entrei, consegui jogar. Mas, se me der oportunidade de atuar, e eu estiver bem fisicamente, tenho tudo para ajudar a equipe a conseguir as vitórias.

Torcida rubro-negra Quero agradecer à torcida do Vitória. Tenho redes sociais, e a maioria me deu boas-vindas aqui. Sou muito grato aos torcedores, eles vão ser fundamentais nessa reconstrução, para levantar a equipe. Todo o apoio da torcida, nos jogos, vai ser fundamental para a gente subir de nível e conquistar as vitórias que necessitamos.

Mistura de gerações Muitos garotos aqui têm um talento enorme. Acho que é a questão de lapidação deles, para crescerem. O clube fez um esforço muito grande para contratar outros jogadores também, com mais experiência. Fazendo essa mescla de juventude com experiência... Tanto nos treinamentos, a garotada vai ganhar um pouco de experiência, quanto também nos jogos.

Parceria com Dinei Ele é um menino muito bom. Tivemos oportunidade de jogar no Athletico-PR, na base. É um cara que tem se destacado no clube, feito gols. Infelizmente, ele teve a lesão e ficou parado esse tempo. Mas é um cara do bem, é muito bom rever amigos depois de tanto tempo. Ver que eles estão bem, felizes aqui. Ele tem me passado algumas dicas, já que já é da casa, para ir me adaptando.