Jardim Botânico de Salvador volta a funcionar para passeios e pesquisas

Unidade estava em reforma desde 2019 e passou por uma séries de mudanças

  • D
  • Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 12:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Concha/Secom PMS/Divulgação

As árvores são enormes, a vegetação é variada, e a melodia fica por conta dos pássaros. Dá para acreditar que isso está acontecendo em uma metrópole como Salvador? A prefeitura entregou na manhã desta quinta-feira (12) o novo Jardim Botânico da capital. A obra foi iniciada em 2019, e o investimento foi de R$ 10 milhões. O funcionamento será de segunda a sexta-feira, sempre das 8h às 17h, mas, por conta da panedemia, a visitação em grupos não está permitida. 

No passado, os jardins botânicos eram usados como locais para passeio e, principalmente, para pesquisa. As autoridades afirmam que esse comportamento não mudou, por isso, o projeto de reforma ampliou a estrutura física atual e, em especial, a proteção do herbário existente no local. São cerca de 61 mil espécies vegetais em 160 mil metros quadrados de área.

O prefeito ACM Neto destacou a importância da obra. "Estava abandonado. Não era justo, primeiro, com a região, e segundo, com a nossa cidade, que o Jardim Botânico estivesse daquele jeito", disse, afirmando que a cidade não tinha política ambiental.

"Era uma cidade que não sabia o que era trabalhar pela sustentabilidade, que jamais tinha ouvido falar no termo resiliência. Aquela cidade do passado, que estava tomada de lixo, de buraco, no escuro, endividada, quebrada, óbvio que se não conseguia fazer o básico, imagine pensar em políticas públicas consistentes na área ambiental e de sustentabilidade. Essa é uma das prioridades da nossa gestão. Não se pode fechar os olhos para os efeitos das mudanças climáticas", disse.  (Foto; Bruno Concha/PMS/Divulgação) As mudanças no novo Jardim Botânico ficaram evidente. A guarita de acesso recebeu fachada vegetal. E o caminho agora é com pavimentação asfáltica e novos postes de iluminação em LED, e foi criado um espaço para estacionamento. Com área total construída de 2,2 mil m², o prédio principal possui quatro pavimentos. 

Os vestiários, copa, depósito, estufa, sala de ar condicionado e sanitários ficaram no subsolo. No andar térreo está o auditório com capacidade para 47 pessoas, conectado com o foyer e o espaço semicoberto para atividades diversas com arquibancada. O espaço digital, com expositivos voltados à educação ambiental, além de hall de exposições e sanitários, também fazem parte deste andar.

O primeiro pavimento tem área vegetal descoberta, setor de programas e pesquisas, laboratórios, espaço de coleções vivas, acervo científico, salas administrativas e de curadoria, herbário e sanitários. Por fim, a cobertura – vegetal – possui área calçada que permite o acesso e vista para a área externa.

A trilha elevada de 795m de extensão pela mata é delimitada por guias de concreto e, ao final, é encontrado um pavilhão revestido com madeira. A antiga caixa d’água foi recuperada e foi transformada em uma obra de arte, após intervenção do artista plástico Bel Borba.

O viveiro de plantas também passou por intervenção e foi criado um pavilhão de observação da natureza. O entorno ganhou paisagismo com grama e vegetação nativa da mata existente em mais de 4 mil m², recuperação de calçadas e paisagismo.

O Jardim Botânico de Salvador foi criado em 2002 e, agora, está totalmente requalificado. O investimento de quase R$10 milhões foi proveniente de financiamento feito com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), por meio do Programa de Requalificação Urbana de Salvador (Proquali) e recursos próprios.