Juiz que censurou Porta dos Fundos já defendeu Bolsonaro; produção continua no ar

Citando liberdade de expressão, magistrado pediu absolvição de atual presidente por comentários homofóbicos 

Publicado em 9 de janeiro de 2020 às 13:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução/Netflix

Foto: Reprodução/Netflix O desembargador Benedicto Abicair, responsável por censurar o canal de humor Porta dos Fundos, ordenando a retirada do ‘Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo’ da Netflix, votou em 2017 pela absolvição do então deputado federal Jair Bolsonaro por comentários homofóbicos no programa ‘CQC’, que era exibido da Band TV. 

A decisão foi publicada na tarde dessa quarta-feira (8), mas o especial continuava disponível no canal de streaming no início da tarde desta quinta (9).

Apesar da defesa do desembargador, na época do processo por homofobia, o atual presidente acabou condenado a pagar R$ 150 mil pelas declarações que fez em 2011. As informações são do UOL.

Na época, Bolsonaro foi questionado sobre o que faria se tivesse um filho homossexual, e respondeu: “Isso nem passa pela minha cabeça, porque eles tiveram uma boa educação. Sou um pai presente, então não corro esse risco”. 

Ele também disse que não participaria de um desfile gay porque não promove “os maus costumes”.

Liberdade de expressão para homofobia O desembargador respaldou o comportamento de Bolsonaro ao argumentar que ele não deveria ser condenado considerando a liberdade de expressão.

“Não vejo como, em uma democracia, censurar o direito de manifestação de quem quer que seja. Gostar ou não gostar. Querer ou não querer, aceitar ou não aceitar. Tudo é direito de cada cidadão, desde que não infrinja dispositivo constitucional ou legal”, escreveu o desembargador na ocasião.