Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Empresário está com passaporte retido pela Justiça e não pode se ausentar sem autorização
Yasmin Garrido
Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 15:45
- Atualizado há um ano
O juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, decidiu nesta quinta-feira (13) que o empresário Joesley Batista continua proibido de sair do país. O despacho foi proferido no âmbito da ação que investiga a organização criminosa de aliados do presidente Michel Temer chamada de "quadrilhão do MDB".
No dia 27 de novembro, a defesa de Joesley entrou com um pedido de revogação das medidas cautelares impostas ao empresário em maio deste ano. Os advogados solicitaram a devolução do passaporte e a possibilidade de viagem ao exterior sem autorização judicial.
No entanto, nesta quinta-feira, Marcus Vinícius afirmou que ainda é necessário manter a proibição, defendendo, inclusive, que não é preciso apreciação do pedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Por outro lado não prospera o argumento da defesa de que a imposição de quaisquer medidas cautelares devessem ser submetidas ao STF tendo em vista a declinação de competência para o processo e julgamento que ensejou a distribuição dos autos à esse Juízo Federal sem limitação de jurisdição”, escreveu o magistrado.
Marcus Vinícius também afirmou que, caso seja preciso um pronunciamento do Supremo, Joesley teria de voltar ao “status quo” de privação de liberdade, uma vez que a liberdade provisória foi pleiteada e concedida pela Justiça Federal de Brasília e não pela Corte.
Pedido Em novembro, a defesa de Joesley alegou que as medidas cautelares impostas ao empresário deveriam ser revistas, uma vez que o acordo de delação premiada ainda está em vigor. Nesta quinta-feira, Marcus Vinícius declarou que isso só será possível em caso de “o Supremo Tribunal Federal se pronunciar quanto à revogação do acordo de colaboração”.
Ainda segundo os advogados do empresário, André Luis Callegari e Ariel Barazzetti Weber, Joesley já está em liberdade há 8 meses e "não mais subsistem as razões ensejadoras das medidas cautelares aplicadas".
No pedido rejeitado pela 12ª Vara Federal de Brasília, a defesa disse que a restrição de não viajar para fora do Brasil sem autorização só se justifica “em caso fundado de fuga, o que não se verifica em relação” a Joesley.
Apesar das divergências, o que se sabe é que, até decisão contrária, o empresário está impedido de sair do país, estando, inclusive, com o passaporte retido pela Justiça.
Prisões
O empresário Joesley Batista foi preso duas vezes depois de firmar o acordo de delação premiada. A primeira aconteceu em setembro de 2017, quando ele foi acusado de omitir informações à Justiça.
Já a segunda prisão foi no dia 9 de novembro deste ano, durante a Operação Capitu, que investiga um suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura, ocorrido durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Joesley foi solto em 12 de novembro por decisão do Superior Tribunal de Justiça, assinada pelo ministro Nefi Cordeiro.