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Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2012 às 06:32
Bruno [email protected]>
Seu olfato supera até aparelhos capazes de localizar pessoas, vivas ou mortas, em meio à fumaça ou ao ruído e na mais completa escuridão. O labrador Apollo é um cão-bombeiro (matrícula 00078413), que vale tanto quanto os 30 homens do 10º Grupamento de Bombeiros Militares, na região do CIA/Aeroporto. >
O “supercão” não é famoso como o Rim Tim Tim, pastor alemão que fez sucesso nos filmes da década de 50, mas é a estrela do Curso de Busca, Resgate e Salvamento com Cães do GBM. Com 30 quilos e pelos escuros, Apollo tem 4 anos - 46 na idade humana, já que cada ano humano equivale a 14 anos do animal. No currículo 17 missões, como o resgate a mortos a feridos no terremoto no Haiti, em 2010, e além de treinamento no Chile e na Argentina. >
Labrador auxilia militares baianos em preparação para resgates na Copa>
Pelos atos de bravura, o cão será homenageado, junto com os demais bombeiros, na celebração do Dois de Julho, data da Independência da Bahia e Dia do Bombeiro. Apollo e outros 11 cães são referência em resgate e estão ajudando no treinamento, esta semana, de 34 bombeiros e guardas municipais para a Copa de 2014. >
Apollo nasceu em setembro de 2007, e no ano seguinte, já fazia parte do 10º GBM. Ele foi doado pelo capitão Alan Guanaes, comandante do canil e parceiro do animal. Guanaes diz que em muitas missões, a participação de Apollo foi decisiva. Em 2008, o animal indicou com exatidão onde estavam os corpos de dois rapazes afogados numa pedreira no Cabula. >
“Quando sentiu o faro dos cadáveres, nadou em círculo. Os jovens foram retirados a 12 metros de profundidade”, conta. “Nós temos cinco milhões de células olfativas, mas o labrador tem 300 milhões. O que um cão faz em poucos minutos, o homem levaria 24 horas”, explica Guanaes. Um ano depois, um desabamento de imóvel matou quatro pessoas em Pirajá. Apollo apontou o local onde estava o último corpo, a quatro metros abaixo de uma camada de lama. >
Depois de cumprir missão no Haiti, em janeiro de 2010, Apollo quase morreu seis meses depois. Na época, um prédio em Pernambués desabou e matou três pessoas. Apollo tentava localizar as vítimas quando placas de concreto caíram sobre ele. Perdeu dois litros de sangue, passou por três cirurgias e ficou 15 dias internado. No ano seguinte, voltou à ativa.>
Nos treinamentos, procura-se considerar situações difíceis e que podem perturbar os hábitos dos cães, dificultando sua capacidade de busca, incluindo aparelhos ruidosos, sirenes, movimentação de pessoas, gritos, fumaça e gases.>
Além disso, exercícios noturnos, no qual voluntários se escondem por baixo dos mais diversos materiais, ou entre montes de tubos. E pelos treinamentos, Apollo e seus 11 “cãopanheiros” estão aptos a ajudar os militares e bombeiros na Copa.>