Legislativo e Judiciário pedem suplementação, apesar de ‘negativa’ antecipada de Rui

Em junho, o governador foi enfático ao negar qualquer possibilidade de novos repasses orçamentários aos demais Poderes

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  • Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2022 às 10:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/GOV-BA

O Judiciário e o Legislativo baiano anunciaram que pedirão suplementação orçamentária para fechar as contas de 2022, apesar de o governador Rui Costa (PT) ter sido taxativo ao antecipar a impossibilidade de dar retorno positivo a qualquer pedido. Nas palavras de Rui, “o bicho vai pegar”, pois o cenário estadual é de perda de arrecadação de R$ 5 bilhões. 

A justificativa do governador, no entanto, vai de encontro ao argumento do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que confirmou a decisão nesta quarta-feira (20), durante sessão plenária, segundo o site Bahia Notícias.

O presidente da Corte, desembargador Nilson Castelo Branco, alegou que o pedido será feito diante da alta arrecadação do Estado. A estimativa orçamentária de RS 2 bilhões do TJ-BA teria sido feita com base na expectativa de arrecadação do Poder Executivo. O entendimento é de que foi arrecadado mais do que o previsto, e, por isso, o TJ-BA, junto com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), Defensoria Pública (DP-BA) e os Tribunais de Contas do Estado e do Município pedirão a aplicação da Lei Orçamentária, segundo a qual cada Poder tem direito a uma parcela do valor excedente. O pedido do Judiciário é de R$ 160 milhões.

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Adolfo Menezes (PSD), também nesta quarta, confirmou que requer suplementação para  “fechar as contas”. Neste caso, o pedido é de R$ 90 milhões.

“Com certeza nós vamos precisar de suplementação. Aí você me pergunta: se não aumentar o custo, por que vai precisar de suplementação? Acontece que os orçamentos, sempre, e eu sei não o porquê, já são aprovados sabendo que não são suficientes”, disse Menezes em entrevista à TV Band Bahia. 

Em junho, durante uma coletiva, Rui Costa foi enfático ao dizer que já havia encaminhado aos chefes dos demais Poderes o recado de que qualquer suplementação orçamentária não seria atendida. 

“Já pedi ao secretário Manoel Vitório [Fazenda] para avisar ao Judiciário baiano, ao Ministério Público da Bahia, à Defensoria da Bahia que esse ano o bicho vai pegar. Não vai ter suplementação de recursos porque, para quem está perdendo R$ 2,5 bilhões, não tem como suplementar absolutamente nada. Nós vamos ter que fechar a conta, apertar para fechar a conta no final do ano. Já pedi aos outros Poderes para fazer o ajuste necessário”, disse o gestor.