Leitora do CORREIO sobe no trio elétrico após interagir no 'zap de Marrom'

Além do bloco da Skol, Rita ainda curtiu camarote

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  • Vinicius Harfush

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 09:05

- Atualizado há um ano

É o último dia de Carnaval. Campo Grande, 15h, num calor de quase 30°. La Fúria estava prestes a sair e Rita com o coração aceleradíssimo. Mas não estamos falando de uma fã de carteirinhas da banda, muito menos do pagodão baiano. Dona Rita de Cássia Nascimento Gaspari tem 55, é contadora, e caiu de paraquedas no festa  da Avenida, depois que foi convidada pela equipe  do Skol Pagodão para curtir a folia. "Para mim é único. Não é todo dia que subimos num trio, de La Fúria ou qualquer outro. Só de estar na avenida  é maravilhoso", disse ela, que nunca tinha subido em um trio na vida.

A jornada  começou  quando Rita resolveu  fazer parte do grupo de WhatsApp criado pelo CORREIO, que dá  todas noticias da festa baiana através do colunista da casa Osmar Marrom Martins. "Todo dia de manhã abro o site do CORREIO para ler as notícias. Agora a vontade é conhecer Marrom", disse Rita que foi escolhida pela equipe da Skol depois que postou uma mensagem no grupo dizendo que não tinha dinheiro para curtir a folia. 

O Carnaval sempre esteve presente na vida dela, mesmo quando morava em Castro Alves. Desde os 25 anos veio para a capital em busca de trabalho e, ao contrario da tradição, esse ano estava sem condições de curtir, principalmente por morar longe  dos circuitos, na Pituba, e não ter como se deslocar. "Quando venho eu gosto de ouvir Ivete, eu amo ela", revelou Rita, que também lembrou da irmã, que ficou em casa: "Ela não acreditou, disse que era pegadinha", emendou. 

A animação estava tão grande que nem a chuva no início do circuito estragou a experiência. O trio foi coberto pela lona e Rita curtiu, sentada, a saída de Bruno Magnata. Quando o cacau deu uma trégua, ao som do Baile da Gaiola e dos hits da banda baiana, foi a hora de quebrar ao som do pagode baiano, afinal, segundo ela mesma, "é preciso ter uma cabeça jovem,  aproveitar de tudo", por mais que o gênero não agrade a maior parte das pessoas com sua idade.

Mais perto do fim do circuiro do Campo Grande, o que já estava bom ficou ótimo.  Além  de estrear em cima de um trio, dona Rita foi convidada para conhecer e viver a experiência  do Camarote da Skol. Esse Carnaval de 2020 com certeza  ficou  na memoria. Logo na entrada, soltou um "menino, é enorme! Não tinha noção do tamanho". 

O look florido que tinha uma camisa estampada e uma coroa de flores, deu lugar a uma camisa do camarote, e a noite estava só começando. "Nunca tinha feito maquiagem. Eu amei! Tô um arraso", disse Rita ao sair do estúdio de beleza, que apostou em um batom bem rosa e não dispensou os tradicionais brilhantes do Carnaval. Ela brincou dizendo que estava vivendo um "dia de princesa", mas estava mais para rainha do camarote.

Continuando o tour pelo espaço, ela estava daquele jeito: era só vixe atrás de eita. Os olhos um tanto quanto arregalados brilhavam ao olhar tudo que até ontem era só um sonho e  na última  noite de Carnaval se tornou realidade. "É surreal, alguém tem que me beliscar para saber se é verdade", disse enquanto chegava no mirante, onde os trios param para fazer os shows. 

No fim, sentada na sala de imprensa, com vista para todo pista de dança do camarote e para a rua, dona Rita revela com sinceridade que jamais imaginou terminar a terça-feira assim. Pelos vidros da sala acompanhou de perto Bell, de quem também é muito fã. Depois, com muita serenidade disse que ia embora cedo, não precisava ficar até tarde. "Sem exageros. Ja curti em cima do trio, ja vivi tudo isso", afirmou. E assim o Carnaval foi se despedindo de Rita, contadora, 55 anos, que viveu uma realidade totalmente nova na folia desse ano.

*com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro