Libertadores deixou de ser apenas um sonho para o Bahia

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Publicado em 3 de outubro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Falar que o Bahia miraria uma vaga na Copa Libertadores no início do Campeonato Brasileiro, dia 27 de abril, era um desejo amparado pelo sonho e não pela realidade. Cinco meses depois, o time mudou esse cenário e briga por uma vaga na principal competição do continente.

O grande mérito do Bahia no atual Brasileirão é exatamente esse: Libertadores deixou de ser mero sonho. Não é mais ufanismo acreditar que é possível, não é a megalomania tipicamente atribuída ao torcedor tricolor.

Apesar do 6º lugar na tabela, há muito chão pela frente e é cedo para projetar com segurança o que vai acontecer com o tricolor em relação à permanência no G6. Porém, passadas 22 das 38 rodadas (58% da competição ficou para trás), as cartas já se misturaram o suficiente para apontar que não existe mais cavalo paraguaio. A essa altura do jogo, quem está brigando na parte de cima da tabela não está ali por acaso e quem está lutando contra o rebaixamento também não.

O Bahia é um dos sete times no bolo por quatro vagas na Libertadores do ano que vem - isso considerando que Flamengo e Palmeiras serão donos das outras duas. Os concorrentes são Santos, Corinthians, Internacional, São Paulo, Grêmio e, um pouco mais distante, o Atlético Mineiro. O Athletico Paranaense não entra no cálculo porque já tem vaga na Libertadores devido à conquista da Copa do Brasil.

Sete para quatro, disputa aberta. Chance alta de sucesso e de fracasso. E seja qual for o resultado, há um mérito em estar na disputa sendo um clube de orçamento médio – o 14º entre os 20 times do Brasileirão.

A campanha do Esquadrão até aqui foi toda realizada do 5º ao 12º lugar. Ou seja, além de estar acima do seu hipotético lugar no ranking financeiro (um fator que tende a ser importante na posição de um time), mostra que a trajetória tem sido sólida, sempre na zona de classificação a uma das copas internacionais.

Foram quatro rodadas no G6, que leva à Libertadores, e 18 na zona que classifica para a Sul-Americana. A posição que o clube mais ocupou foi o 8º lugar, em sete das 22 rodadas. Ficou na 6ª, na 7ª e na 10ª colocações em três rodadas cada; duas vezes em 11º e em 12º; e uma vez em 5º e em 9º.

Uma análise complementar a essa do posicionamento mostra que o Bahia está sempre rondando a principal competição do continente. Apenas em quatro rodadas a distância do tricolor para o sexto colocado foi superior a três pontos. Após a 12ª, a 14ª e a 20ª, a diferença era de quatro pontos; depois da 15ª, quando empatou com o Goiás por 1x1 na Fonte Nova, chegou ao ápice: seis pontos. No restante da competição, ou o time esteve no G6 ou ele esteve ao alcance imediato.

O desafio agora é se manter no patamar atual ao longo das 16 rodadas restantes, uma missão que exige o mesmo comprometimento e igual ou maior eficiência que o elenco tem demonstrado. Nos pontos corridos, o Vitória-2013 e o Sport-2015 são os únicos nordestinos que terminaram no G6, mas não foram à Libertadores porque na época havia quatro vagas. O Leão baiano ficou em 5º lugar; o pernambucano, em 6º. Ambos fizeram 59 pontos. No ritmo atual, o Bahia tem direito de sonhar. Aliás, sonhar não é mais o verbo apropriado. Realizar.

Herbem Gramacho é editor de Esporte.