Líder espiritual é investigado por abusar sexualmente de mulheres em Salvador

Vítimas relatam que homem as humilhava após forçar atos sexuais

Publicado em 27 de outubro de 2021 às 14:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

O Ministério Público investiga um líder espiritual acusado de violação sexual mediante fraude, lesão corporal e assédio sexual contra várias mulheres em Salvador.

Na manhã desta quarta-feira (27), uma operação cumpriu mandados de busca e apreensão na casa onde o médium mora e no seu local de trabalho. A ação faz parte da 'Operação Cristal', desencadeada pelo Ministério Público do Estado da Bahia por meio de atuação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da 24ª Promotoria de Justiça de Salvador.

O objetivo da ação é buscar mais provas que provem os crimes do médium, cuja identidade não foi revelada. Ele dizia incorporar o espírito de “Dr Fritz”, uma famosa entidade.   Em depoimento, as vítimas das violações disseram que o médium tem forte influência sobre mulheres do seu centro religioso. Ele teria oferecido a essas pessoas trabalho sob sua orientação e as levadas a participar de rituais supostamente religiosos, mas que serviam, na verdade, para praticar os abusos sexuais. As mulheres relataram que os atos se repetiam e que elas eram ameaçadas para manter silêncio e não contar sobre o crime.   As denúncias iniciais chegaram através do projeto Justiceiras, por meio da Ouvidoria das Mulheres, que integra a Ouvidoria Nacional do Ministério Público do Conselho Nacional do Ministério Público. A demanda foi recebida pela 24ª Promotoria de Justiça de Salvador, que instaurou o procedimento investigativo para apuração dos fatos, em conjunto com o Gaeco.

Durante as investigações, as vítimas mostraram  mensagens de áudio que receberam do médium, afirmando que se elas se submetessem aos abusos, seriam escolhidas para serem as “guardiãs do Cristal”. Ele tentava convencer as vítimas de que tinha uma conduta de cunho sexual por necessidades espirituais e, após cometer os abusos, ainda submetia as mulheres a “situações de humilhação e subserviência, permeadas por forte violência espiritual, psicológica, sexual e até financeira".