Limitação não existe: a nadadora paralímpica que entrou para o livro dos recordes

Verônica tem Síndrome de Ehlers-Danlos desde 2007. A doença é rara, degenerativa, progressiva e não tem cura

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  • Thais Borges

Publicado em 8 de março de 2017 às 16:19

- Atualizado há um ano

Verônica Almeida entrou para o livro dos recordes (Foto: EBC)Verônica Almeida é uma baiana que não cansa de se superar. A nadadora paralímpica, que foi bronze nas Paralimpíadas de Pequim, em 2008, até já entrou para o Guiness Book – o livro dos recordes – por ser a primeira esportista paraolímpica a completar os 12,5 quilômetros da travessia Mar Grande-Salvador, em 2015. Detalhe: nadando borboleta e com um braço só.

Cadeirante, Verônica tem Síndrome de Ehlers-Danlos desde 2007. A doença é rara, degenerativa, progressiva e não tem cura. Ela levou o bronze nos 50m borboleta nos Jogos de Pequim, apenas seis meses depois de estrear como atleta paralímpica. Além disso, participou dos Jogos de Londres, em 2016, e do Rio, em 2016. Também levou o bronze no Mundial da Holanda em 2010 e uma prata e um bronze no Parapan-Americano de Toronto, em 2015.Verônica sabe bem do que é a capaz. “Sou uma baiana retada, pois tenho força de uma leoa selvagem que protege seus filhotes. Conquistei a independência sem cair nos padrões comportamentais da sociedade e luto contra o machismo imposto por uma cultura retrógrada que nos separa do sexo masculino”, defende.Talvez, aos nove anos de idade, quando ganhou sua primeira medalha de ouro, ela nem sonhasse que, um dia, chegaria aonde chegou. Naquela época, quando ainda não tinha a síndrome – que foi desenvolvida somente na vida adulta – Verônica ainda competia em pequenos torneios. O primeiro ouro veio justamente de uma competição em Feira de Santana, no interior do estado.Às mulheres, ela faz um pedido: que continuem na luta. “Não somos sexo frágil. Somos, sim, exemplos de coragem, força, superação, persistência, ousadia e garra”.