Livia Nery estreia bem e inaugura selo fonográfico do BaianaSystem

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 17 de junho de 2019 às 05:15

- Atualizado há um ano

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Coisas boas sempre hão de pintar na música popular brasileira para quem tem ouvidos abertos para o novo. Morando em São Paulo desde setembro de 2019, a cantora, compositora e produtora baiana Livia Nery, 36 anos, não deixa dúvidas sobre isso com seu primeiro álbum, Estranha Melodia, já nas plataformas digitais. A cantora, compositora e produtora baiana Livia Nery, 36 anos, lança o ótimo álbum Estranha Melodia (Foto/Caroline Bittencourt/Divulgação) Produzido por Curumin e gravado no Red Bull Studio (SP), o ótimo trabalho marca a estreia do selo Máquina de Louco, do BaianaSystem, e o show de lançamento em Salvador acontece nesta terça-feira (18) na Sala do Coro do TCA, às 20h ( R$ 30/R$ 15).

"O disco tem muito de quem ouviu o melancólico trip hop inglês na década de 90 (Massive Attack, Portishead, Tricky) numa cidade ensolarada, junto com a canção brasileira e o aparato eletrônico tão presente na música pop atual", afirma Livia, que cita Frank Ocean, Childish Gambino (Donald Glover) e a banda australiana Hiatus Kaiyote como artistas que ela também admira.

Formada em jornalismo pela Facom (Ufba), Livia trabalhou um bom tempo na Educadora FM antes de abraçar a música de vez. Em 2016, ela participou da residência artística Pulso, na Red Bull Station (SP) e, em 2017, lançou o EP Vulcanidades, uma coprodução com Rafa Dias (Àttooxxá).

"No retorno de Saturno, por volta dos 29 anos, decidi que, se eu gostava de música e queria ser cantora, era chegada a hora de fazer isso de modo sério. Eu, que tocava piano desde criança, já tinha feito curso de áudio e editava programas na rádio, passei a fazer música no computador no meu estúdio em casa", conta.

Curumin, Russo Passapusso e Elomar - Com 12 canções autorais e a regravação da pérola Vinte Léguas,  gravada originalmente por Evinha em 1974 ("Adoro Evinha e grupos vocais como o Trio Esperança"), Estranha Melodia sintetiza a trajetória de Livia Nery até aqui.

"Era um desejo muito grande fazer um álbum que tivesse uma narrativa, uma curvatura dramática e isso foi concretizado de uma forma colaborativa total, desde o trabalho com Curumin, as ideias trocadas com Russo Passapusso, de quem sou amiga, a campanha de crowdfunding para o projeto, tudo", diz. "Os caminhos e as melodias do álbum seduzem pela diversidade e personalidade própria. É um trabalho subjetivamente baiano, por representar a vivência de uma artista da boa e plural cena pop atual de Salvador, mas absolutamente universal e a serviço da canção"."Esse disco tem ponto de partida, passagem de ida na estranha melodia e ganha coragem numa trajetória mesmo sem saber onde vamos chegar. Me sinto estranho avistando esse caminho. Me sinto bem. Voz, melodia e letra guiam. É pra mergulhar e flutuar na densidade dele", elogia Russo numa "carta para Livinha".

Os caminhos e as melodias do álbum seduzem pela diversidade e personalidade própria. É um trabalho subjetivamente baiano, por representar a vivência de uma artista da boa e plural cena pop atual de Salvador, mas absolutamente universal e a serviço da canção. O modo como os arranjos usam elementos do neo-soul é especial, como na faixa-título  e na grooventa Beco do Sossego, assim como encanta a beleza interiorana de Cantoria, que Livia sonhou ser gravada pelo grande Elomar, o menestrel das caatingas.

Livia Nery começou cantando nos "inferninhos" do Rio Vermelho, como muitos artistas de sua geração. Agora, dá para fechar os olhos e imaginá-la cantando a linda Spiritual em um bar de Bristol, a cidade inglesa onde nasceu o trip hop.

Ouça as canções Estranha Melodia, Cantoria e Spiritual

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DOCUMENTÁRIO DEMOCRACIA EM VERTIGEM estreia quarta-feira na Netflix Produzido pela Netflix, o documentário Democracia em Vertigem, da brasileira Petra Costa (Elena/2012 e Olmo e a Gaivota/2014), 35 anos, chega quarta-feira (19) ao serviço de streaming e retrata, a partir da visão pessoal da cineasta, como o sistema político do país entrou em decadência após o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, culminando na eleição de Jair Bolsonaro (PSL) em 2018.

O documentário estreou em janeiro no Sundance Film Festival, nos Estados Unidos, e recebeu elogios de veículos importantes como o jornal The New York Times e a revista Variety.

O filme mostra imagens de bastidores do Palácio da Alvorada durante a votação do impeachment e, especialmente, imagens de dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na prisão do ex-presidente Lula, em 2018. “Democracia em Vertigem é uma jornada pessoal política sobre como eu assisti meu país, o Brasil, cair em desordem, como tantas outras democracias em todo o mundo", afirma Petra.

Veja o trailer do filme