Livro com histórias de ACM é lançado hoje em evento gratuito

Obra poderá ser trocada por uma lata de leite em pó no Espaço Itaú Glauber Rocha

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  • Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2017 às 12:06

- Atualizado há um ano

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Integrando as celebrações em homenagem aos 90 anos de ACM, o Espaço Itaú Glauber Rocha recebe na noite desta quinta-feira (14), às 19h, o lançamento do livro ACM em Cena e a exibição do documentário ACM - Tempo e Espaço, produzido pelo cineasta Oscar Santana e que chegou a ser conferido e aprovado pelo  próprio ACM pouco mais de um mês antes de morrer. O evento gratuito é aberto ao público. Livro e filme eternizam o legado deixado pelo político que ingressou na carreira em 1954, tendo atuado como deputado estadual e federal, prefeito de Salvador, governador da Bahia, Ministro das Comunicações no governo José Sarney e senador da República. Mas as obras também exploram outras facetas de ACM: sobretudo a relação com a cultura baiana e a convivência com personagens que marcaram a vida do estado, como Jorge Amado (1912- 2001), Dona Canô (1907-2012) e Irmã Dulce (1914-1992). Ou com instituições como o afoxé Filhos de Gandhy. 

O livro reúne um 62 textos curtos, depoimentos, artigos, crônicas e algumas reportagens. São assessores, artistas, familiares, publicitários e políticos as peças-chave na condução dessas lembranças íntimas, muitas das quais foram  registradas pela primeira vez. O escritor Antonio Risério, que assina um dos textos, é responsável pelo preparo editorial do livro, que é ilustrado com dezenas do fotos. 

Os exemplares do livro estarão disponíveis na noite do lançamento e poderão ser trocados por latas de leite em pó. Os donativos arrecadados serão entregues à Organização de Auxílio Fraterno, instituição filantrópica que funciona no bairro da Liberdade, e à Casa de Apoio e Assistência do Portador do Vírus HIV Aids - Caasah.

Confira alguns depoimentos registrados pela primeira vez na obra:“Dentro do convívio dos baianos e da Bahia, ele merece tudo. Porque ele é amor pela Bahia. Acho que ele não tinha amor maior, a não ser a Bahia. Por isso fez muito pela Bahia. Apesar de dizer o que dizem, que ele era isso, que era aquilo, ele fez. Ele mostrou que fazia – e fez”. Dona Canô, matriarca da família Velloso "Depois, ele ficou amigo de minha família. Ficou próximo, criou relações de amizade. Convidava minha família para o aniversário dele, colocava minha mãe num lugar de honra. Dona Arlette ficou muito amiga de minha mãe. E isso nos aproximou ainda mais. Sempre que podia, ele ia aos meus shows. Estava lá, presente" - Maria Bethânia, em depoimento afetivo sobre ACM."Ninguém na Bahia, eu ousaria dizer no Brasil inteiro, tem uma relação de indiferença com ele; as pessoas amam ou odeiam Antonio Carlos Magalhães. Ele é surpreendente, quando menos se espera, ele toma uma atitude diferente daquela que as pessoas estavam imaginando que viesse a tomar. É isso que diferencia um político comum de um personagem de um filme" - Jorge Alfredo, cineasta que começou a gravar o documentário A Morte e a Morte de ACM em 2002. "Fidel não passava pelos ares do Brasil sem dar um jeito de vir à Bahia, ver Antonio Carlos, desfrutar da sua fidalguia, do seu bem receber, do seu bem querer, da sua hospitaleira amizade, putos ficassem ou não os comunistas, os daqui da aldeia ou os da Albânia que os pariu!"  - Fernando Vita, jornalista que assessorou ACM durante muitos anos e viajou com ele a Cuba."Ao contrário do que se pensa, ACM nada tinha de mal-humorado, uma pessoa de convivência difícil. Era divertido, piadista e contador de casos engraçados. De memória prodigiosa, lembrava-se de detalhes da roupa dos seus personagens, as datas em que aconteceram os “casos”. Falava mal e falava bem de um bocado de gente. Contava como tinham sido suas brigas e as pazes, quando aconteciam" - Fernando Barros, marqueteiro responsável por muitas das campanhas e peças publicitárias de ACM.