Livro sobre experiência de ensino-aprendizagem em moda afro-brasileira será lançado nesta sexta (30)  

Coleção que buscou resgatar acervo familiar das autoras foi desenvolvida durante curso  

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  • Victor Lahiri

Publicado em 30 de julho de 2021 às 09:51

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Roque Boa Morte/divulgação

Confeccionada por 24 pessoas oriundas de Salvador e travessias do Recôncavo Baiano, a coleção colaborativa Moda Afrobrasileira, que foi resultado do curso de criação promovido pela artista visual e designer de moda autoral, professora do departamento de estudos de gênero e feminismo da Universidade Federal da Bahia, Carol Barreto, foi transformada em um livro que será lançado nesta sexta-feira (30), em uma cerimônia transmitida através do canal da designer no Youtube, às 19h. 

Intitulado: "Coleção Colaborativa Modativismo: uma experiência de ensino-aprendizagem em moda afro-brasileira”, o livro-documental que será disponibilizado nos formatos físico e digital, tem a autoria e organização de Carol Barreto e contém textos de Juci Reis, David Santos e Carla Calixto, com design gráfico de Zulmira Correia e fotografias assinadas por Roque Boa Morte, retratando as criações das 17 mulheres negras soteropolitanas, selecionadas para integrar a formação.  

O Curso de Criação em Moda Afrobrasileira para a construção da coleção colaborativa Modativismo, aconteceu durante o mês de maio deste ano e, segundo Carol Barreto, teve por objetivo promover ações formativas gratuitas, cujos temas abordados foram relacionados com moda, raça, gênero e suas interseccionalidades, tendo como público-alvo exclusivamente mulheres negras residentes em Salvador, artistas do campo do design de moda.   “A metodologia que utilizamos na confecção da coleção colaborativa Modativismo, é centrada na relação de aprendizagem orgânica, com inspiração no conceito modativista aplicado na Coleção Asè, que criei em 2016, para o Angola International Fashion Show em Luanda, a partir de objetos cotidianos artesanais característicos das casas de mulheres pretas no nordeste do Brasil”, explica Carol. A partir da proposta metodológica, sempre respeitando os limites impostos pela pandemia do Covid, as estudantes revisitaram seus lares e os acervos de suas familiares para criar as roupas de forma conceitual e material. “As peças foram vestidas por integrantes da família das organizadoras do projeto - por conta das regras de segurança sanitária e de uma tentativa de desconstrução da lógica de 'modelo padrão' - e clicadas sob o olhar do fotógrafo santoamarense Roque Boa Morte”, relata Carol. 

O projeto foi contemplado no Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.