Lojas ficam abertas por mais tempo a partir desta segunda-feira (5) em Salvador

Veja o que muda com o funcionamento ampliado

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  • Wendel de Novais

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 05:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Tiago Caldas/Arquivo CORREIO)

Shoppings, bares, restaurantes, lanchonetes, clubes sociais e outros serviços terão funcionamento ampliado a partir desta segunda-feira (5). Os soteropolitanos que quiserem ir ao shopping terão mais duas horas disponíveis. Já quem vai para bares, lanchonetes e restaurantes só precisará deixar esses locais à meia-noite. A mudança ocorre após mais uma flexibilização do protocolo de retorno da prefeitura de Salvador.

A alteração faz com que os comerciantes aguardem um aumento da procura de clientes, mais facilidade na logística e maior conforto para os consumidores. Entre outras flexibilizações está a permissão para mercados deixarem 100% das vagas disponíveis e que clubes sociais possam abrir bares e lanchonetes pelo mesmo período de tempo em que estes estabelecimentos estiverem abertos.

Shoppings centers Para quem faz parte do gerenciamento dos shoppings, a notícia da flexibilização é muito positiva e permite que mais pessoas acessem estes locais com segurança. Isso é o que pensa Gilson da Hora, gerente de marketing do Itaigara. "Mais uma medida que é benéfica para nós. A partir dessa nova flexibilização, a gente amplia nosso horário de atendimento e, consequentemente, mantemos uma menor concentração de pessoas por hora. É algo positivo economicamente e que vai acontecer de uma maneira mais segura já que, quanto mais tempo pra ir ao shopping, menos gente vai permanecer por lá ao mesmo tempo", diz. Representantes dos shoppings estão otimistas com o retorno (Foto: Tiago Caldas/Arquivo CORREIO) A gerente de marketing do Shopping Barra, Karina Brito, concorda com Gilson e acredita que a medida é uma prova de como a volta desses estabelecimentos foi bem sucedida. "A ampliação é uma ótima notícia para o shopping no aspecto econômico. Além disso, é um reflexo de como a nossa volta ocorreu com segurança e não significou um prejuízo sanitário para a cidade", afirma.

Outro que comemorou o relaxamento das restrições foi Vaneilton Almeida, superintendente do Shopping Bela Vista. "É um ganho tanto para os lojistas quanto para o consumidor, que terá mais tempo para as compras. O aquecimento das vendas já vem se dando de forma gradual e essa ampliação vai ajudar aos lojistas a retomarem ainda mais a economia e recuperarem o volume de vendas", prevê.

Fernando Rocha, diretor geral de Operações BA/SE do Grupo JCPM, que administra o Salvador Shopping e Salvador Norte, é mais um que entende que a flexibilização só benefecia o setor. “As novidades são muito postivas, pois entendemos que a ampliação do horário de funcionamento possibilita que os clientes tenham mais tempo para realizar suas compras, além de uma melhor distribuição no fluxo de pessoas, proporcionando mais conforto e comodidade. Já no estacionamento, o público terá à disposição mais vagas, possibilitando uma melhor distribuição e ordenamento dos veículos.”, relata 

Edson Piaggio, presidente da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), também é otimista ao comentar a ampliação de horário que vai começar nesta segunda, apesar de afirmar que o ideal seria a volta ao horário normal antes da pandemia. "O que a gente espera com ansiedade é a volta do horário normal de funcionamento. Mas é claro que esse novo passo tem um impacto positivo e agrega muito para os shoppings com o aumento das vendas e o volume de empregos", fala.

Prejuízo Apesar de comemorada pelos shoppings, a medida é motivo de preocupação para os lojistas destes estabelecimentos. É o que garante Paulo Motta, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), que diz que as receitas que vão ser geradas com a ampliação não compensa os custos que os lojistas terão que arcar. "Para os lojistas de shoppings, que têm contrato e precisam cumprir com o horário de funcionamento do estabelecimento, não é uma boa notícia. Os custos que aumentarão para o funcionamento não vão ser cobertos pelas receitas geradas a partir das vendas. No momento, não há um equilíbrio entre os ganhos e os gastos. A previsão é de prejuízo", alerta.

O presidente afirma que tem recebido contato de lojistas que estão preocupados com a situação e explica quais são os custos que fazem a ampliação ser sinônimo de prejuízo. "Como a decisão de abrir ou não pertence ao shopping, os lojistas precisam abrir. Mas, pra isso, precisa pagar hora extra pro trabalhador ou contratar mais profissionais, precisa pagar a energia, as despesas mais variadas. Recebo relatos de que há uma carência de venda e um baixo volume de receita. Com mais custos, a situação deve piorar", opina.

Bares e restaurantes Quem não tem ressalvas quanto à flexibilização são os bares, restaurantes e lanchonetes, que veem com entusiasmo a possibilidade de funcionarem até a meia-noite e, principalmente,  o aumento do limite de pessoas em casa mesa. Para Daniel Sardinha, gerente geral do grupo Lôro, poder colocar oito clientes em uma mesa representa um avanço. "A ampliação dos lugares disponíveis na mesa é de grande ajuda pra nós. Vínhamos com uma dificuldade por conta disso já que é comum ter famílias com mais de seis pessoas. Não ter que separar essas famílias já é um ganho que facilita demais nossa logística porque, antes, precisávamos fazer tratativas pra separar as famílias o que era difícil e desconfortável", conta.

Wagner Miau, diretor de marketing do Boteco do Caranguejo, concorda: "O boteco é um espaço em que as pessoas vão para encontrar as outras. E, muitas vezes, são grupos maiores que seis. Então, quando o limite sobe pra oito, já é uma grande ajuda. Quanto ao horário, no caso do boteco, é a melhor novidade porque, por ser bar, existe uma cultura mais noturna e ter que fechar antes da meia-noite afastava os clientes", diz. Bares, restaurantes e lanchonetes vão funcionar até meia-noite (Foto: Tiago Caldas/Arquivo CORREIO) Luiz Henrique do Amaral, presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), entende que a medida é mais um ato fundamental para a recuperação desses estabelecimentos. "É mais um passo para o segmento nessa longa jornada de restauração do setor que ainda está distante de ser equacionada. O importante agora é celebrar mais esse passo e seguir avançando na busca das condições ideais de recuperação das cerca de 22 mil empresas da capital", afirma.

O que muda no funcionamento

Shoppings

Como fica: de 11h às 21h, com 100% das vagas de estacionamento liberadas.

Como estava: de 12 às 20h, com 50% das vagas disponíveis

Bares, restaurantes e lanchonetes

Como fica: abre às 12h e funcionam até a meia-noite com limite de oito pessoas por mesa sendo que clientes só podem entrar até às 23h

Como estava: funcionavam das 12h às 23h com limite de seis pessoas por mesa

Lojas de rua de até 200m

Como fica: abertas das 10h às 20h, de segunda a sábado, e das 10h às 16h, no domingo, com 100% das vagas de estacionamento. 

Como estava: estavam autorizadaa a abrir apenas de segunda a sábado, das 10h às 16h, com 50% das vagas para veículos.

Clubes sociais

Como fica: podem abrir bares e lanchonetes durante o horário de funcionamento desses estabelecimentos que é das 6h às 22h, sábado, das 6h às 18h, e domingo, das 6h às 14h. 

Cursos livres

Como fica: alunos a partir de 12 anos podem frequentar

Como estava: alunos a partir dos 15 anos poderiam frequentar

*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro