Lojistas vão à justiça pedir suspensão de aluguel em shoppings de Salvador

Custo que envolve gastos com energia e segurança deve reduzir em 70% segundo sindicato

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  • Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2020 às 18:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Fechados por decreto municipal desde o dia 21 de março, os shoppings da capital e seus lojistas foram à justiça para discutir sobre como fica o pagamento dos aluguéis devidos para o uso das lojas. Ao todo, foram ajuizadas cinco ações pelo Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindlojas), uma para cada um dos principais shoppings da cidade. 

Na última semana, duas das ações foram julgadas procedentes, suspendendo a cobrança dos aluguéis para os lojistas do Shopping da Bahia e do Salvador Norte Shopping. Segundo Paulo Mota, presidente do Sindlojas, ainda há ações similares para os shoppings Paralela, Bela Vista e Salvador pendentes de julgamento. Nas decisões proferidas pelo pelo juíz Érico Rodrigues Vieira, da 3ª Vara Cível e Comercial de Salvador, apenas o pagamento do condomínio foi mantido. 

“Esse é um valor que agrega também custos com segurança, energia elétrica, estacionamentos. Com os equipamentos fechados, esses custos caem. A expectativa é que o condomínio seja reduzido em pelo menos 70%”, acredita Mota. Segundo ele, as decisões também determinam nova negociação entre shoppings e lojistas quando for possível reabrir os centros de compras. 

Procurado pelo CORREIO, o coordenador regional para a Bahia da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), Edson Paiggio, lamentou a judicialização. “A suspensão do pagamento dos aluguéis já tinha sido realizada pelos shoppings antes de qualquer ordem judicial, o que só demonstra que os administradores querem, sim, negociar. Só vamos esperar que possamos reabrir para poder sentar e negociar”, alega.

Para ele, levar a questão para a justiça só atrapalha. “Essa é uma conta que todos vamos pagar, cada um uma parte. Ir à justiça para conseguir justamente o que os shoppings já estavam fazendo é apenas aumentar esse prejuízo. Sabemos que é uma situação inédita e o que todo mundo queria era poder estar negociando, mas com os shoppings funcionado, o que não é possível agora". 

Com o novo decreto, divulgado no dia 3 de abril, o prefeito ACM Neto determinou  a prorrogação do fechamento dos shoppings por mais 15 dias. Um novo prolongamento do prazo pode ocorrer.