Luis Eduardo Magalhães: capital de Matopiba

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  • Eduardo Athayde

Publicado em 26 de novembro de 2019 às 11:50

- Atualizado há um ano

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O antigo povoado de Mimoso do Oeste surgiu em 1982, no extremo Oeste da Bahia, com o Posto Mimoso (combustível), no entroncamento da BR-242 com a BR-020, onde foram construídas as primeiras casas. Em 1987 o pequeno povoado passou a ser distrito de Barreiras. Treze anos depois, em 30 de março de 2000, foi emancipado com o nome de Luis Eduardo Magalhães (Lei 7619/00) em homenagem ao ex-deputado baiano falecido precocemente.  Processos movidos junto ao Supremo Tribunal Federal - STF levaram à declaração de inconstitucionalidade da lei em 2007, quando o Congresso Nacional avalizou a criação do município através de Emenda Constitucional.

Gerado pelo encontro de desbravadores visionários, movidos por força, fé e esperança, e parido a fórceps, LEM parece ter nascido predestinado. É um dos municípios que mais cresceram no Brasil nos últimos 30 anos e - por concentrar inteligência nova - já é cobiçado como a Capital do Matopiba, região que compreende o bioma Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a nova grande fronteira agrícola nacional da atualidade. 

Chineses e árabes, que juntos ofertaram recentemente ao Brasil fundos de investimentos da ordem de US$100 bilhões e US$10 bilhões, respectivamente, já colocaram LEM no radar a partir das mudanças apresentadas pela Medida Provisória 897/2019, a “MP do Agro”, que abre oportunidades para investimentos estrangeiros no setor rural e a emissão de títulos verdes da agropecuária. Em 2018 foram investidos US$ 167 bilhões em títulos verdes no mundo, segundo dados da Climate Bonds Initiative.

Com área de 73 milhões de hectares, Matopiba é maior que todos os países europeus individualmente (menos a Russia). Estudo elaborado pelo Grupo de Inteligência Territorial Estratégica da Embrapa (GITE) propõe a delimitação territorial com sistema de inteligência estratégica, revelando o potencial dessa rica região com cerca 324 mil estabelecimentos agrícolas, 46 unidades de conservação, 35 terras indígenas e 781 assentamentos de reforma agrária. No subsolo está um oceano de água doce, o Sistema Aquífero Urucuia que estende-se por 76.000 km².

Neste expressivo cenário, o valor das áreas ainda chamadas apenas de reservas legais precisa ser revisto porque são, na verdade, bancos de germoplasma e de princípios ativos de interesse das industrias de biotecnologia e farmacêutica. Na nova visão da “eco-nomia”, para garantir a imperiosa preservação, base para aporte de recursos em qualquer novo negócio, essas áreas preservadas precisam ser valoradas, precificadas, monetizadas e fatoradas (integradas) na contabilidade das empresas/fazendas. No novo combo de contratos internacionais, a preservação está inserida como cláusula pétrea, aquela que não pode ser removida. 

Crescendo demográfica e economicamente a taxas chinesas, e aproximando-se dos 100 mil habitantes (a maior parte não será de fazendeiros ou trabalhadores rurais), além do agronegócio, LEM tem novas rotas de crescimento e de ofertas de serviços. Os grãos de soja, algodão e milho que florescem nos seus campos, têm mais tecnologia embarcada que as naves espaciais e os celulares de última geração. Exibindo a crescente musculatura dos seus potenciais para a ecoagoindústria global, a Capital do Matopiba passa a ser um ponto de interesse no mapa da Nasa [nasa.gov], por isso posiciona-se para avançar na perspectiva da agroindústria 4.0 e liderar as tendências da visão 5.0 de crescimento sustentável, articulando-se rapidamente com o mundo.

Enquanto o parque industrial de LEM, composto por empresas líderes em seus segmentos cresce em ritmo chinês, cerca de vinte multinacionais já estão lá funcionando como locomotivas para a toda a cadeia produtiva agroindustrial que vem a reboque; o Índice de Desenvolvimento Humano IDH-ONU (medida resumida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde) é de 0,716 (media Bahia 0,660 / São Paulo 0,783); e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita é de 55.074,20 (IBGE 2017 - 6º maior da Bahia) - ambos considerados altos em relação à média nacional.

Ao adotar os ODS, a Capital de Matopiba dá o tom e propõe sediar um encontro local do Fórum Econômico Mundial (WEF) de Davos, articulando-se com o que há de ponta no mundo, o Vale do Silício, na Califórnia, e organizando a “I Feira Bio-Tecnológica Digital – BioTeD” em parceria com a Rede WWI. Disruptiva, LEM acelera criando o seu “Startup Hub”, para ajudar tracionar agroindústrias e a economia local, exibindo o status do Brasil como a maior biopotência do planeta. Cidadãos corporativos devem se tornar catalisadores globais, ensina o WEF.

A força dos pioneiros visionário desbravadores, movidos por força, fé e esperança, permanece viva. Migrando do status de interior da Bahia para posicionar-se como um “ponto no planeta”, observados pelo WEF, LEM adota a Agenda 2030/ONU [www.agenda2030.com.br] e começa a montar o seu Plano Plurianual (PPA), a partir de 2020, orientado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, pondo na mesa do planejamento as seguintes questões: Como estamos agora? Como queremos estar em 2030? O que nos levará, ano a ano, daqui até lá?

Eduardo Athayde é diretor da Rede WWI no Brasil. [email protected]