Luísa Sonza é processada por agressão e suposto ato racista

Cantora teria mandado que mulher negra servisse água para ela

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  • Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2020 às 14:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

A cantora Luísa Sonza é ré num processo por conta de um suposto ato de racismo cometido em setembro de 2018, durante um festival gastronômico em Fernando de Noronha. Autora da ação e suposta vítima, Isabel Macedo de Jesus diz que a artista teria a agredido com um tapa e ordenado que ela lhe servisse água, só que a mulher negra não era funcionária do estabelecimento.

Segundo o jornal Extra, a autora pede uma indenização por danos morais tanto a Luísa Sonza quanto a Pousada Zé Maria, onde ocorreu o caso.

"Ocorre que, durante o festival, houve uma apresentação musical da Primeira Ré (Luísa Sonza), estando a a autora (Isabel) em uma mesa próxima ao palco onde a artista se apresentava. Todavia, ao passar pela cantora, enquanto se dirigia ao banheiro, a Autora foi agredida com um tapa no braço pela Primeira Ré e ordenada em tom ríspido a providenciar um copo d'água", diz trecho do processo.

"Sem entender o que estava acontecendo, a Autora ainda pediu que a Primeira Ré repetisse, pois não havia compreendido a abordagem. Foi quando a artista, novamente, no mesmo tom ríspido, ordenou que a Audora buscasse um copo de água, pois ela estava com sede. Estarrecida, a Autora ainda se deu o trabalho de lhe explicar que era uma cliente do estabelecimento e não funcionária do local, como se não fosse crível que uma mulher negra pudesse estar naquele restaurante na qualidade de cliente".

O texto do processo ainda deixa claro que todos os funcionários da Pousada estariam uniformizados. Com isso, Isabel, a autora, voltou a questionar Luísa Sonza.

"Ao ser indagada por qual motivo acreditou que a Autora fosse funcionária do local, uma vez que todos os funcionários estavam uniformizados, a Primeira Ré (Luísa) se esquivou, não deixando dúvidas que sabia que havia feito um julgamento preconceituoso em razão dos traços raciais da Autora".

Procurada pelo Extra, a assessoria de Luísa Sonza disse que ainda não foi notificada.

"A assessoria jurídica da artista Luísa Sonza, através do seu advogado José Estavam Macedo Lima, vem a público informar que tomou conhecimento do referido processo pela mídia. Que a cantora até a presente data não foi citada de nenhuma ação que venha a lhe imputar o fato que está sendo noticiado. Que as acusações são falsas, inverídicas e vêm em um momento oportunista em razão do crescimento exponencial da carreira da artista. Informa, ainda, que nunca ofendeu ou discriminou qualquer pessoa. Causa estranheza as acusações de racismo, pois até a presente data a artista não recebeu qualquer notificação das autoridades policiais sobre a suposta investigação. Todas as medidas administrativas e judiciais serão adotados para proteger a honra e a intimidade da artista", diz a nota.

A cantora também se manifestou no Twitter.

"Gente, tudo isso é mentira, não acreditem nisso! Eu jamais teria esse tipo de atitude. Vocês me conhecem bem, sabem qual é meu caráter, minha índole. Eu jamais ofenderia outra pessoa por conta da cor de sua pele. Jamais! Essa acusação é absurda. Minha equipe já está tomando todas as providências jurídicas quanto ao caso", escreveu.

Devido a repercussão do caso, Isabel desativou todas as redes sociais. No processo, a advogada pede R$ 10 mil de indenização, retratação pública, "bem como a fixação de cartazes informativos sobre a proibição de práticas racistas no interior do restaurante Réu, a título de medida educativa".