Lula diz não aprovar condições para deixar prisão: 'não aceito barganhar direitos'

Advogado leu carta de petista na frente da sede da PF em Curitiba; assista

Publicado em 30 de setembro de 2019 às 16:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou aos seus advogados, nesta segunda-feira (30), que não irá aceitar a progressão de pena, saindo do atual regime fechado para o semiaberto, de acordo com petição assinada pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato na sexta-feira (27).

Após visita ao petista, o advogado Cristiano Zanin Martins afirmou que ainda não recebeu nenhuma intimação da Justiça pedindo que seja apresentada uma manifestação sobre o requerimento feito pelos procuradores, mas ressaltou que seguirá a orientação dada por Lula.

Ainda de acordo com Zanin, será apresentada “exatamente” a posição do ex-presidente. “Ele não aceita qualquer condição imposta pelo Estado, porque não reconhece a legitimidade do processo que o condenou e que o trouxe ao cárcere, onde ele está neste momento”, disse o advogado.

A carta, manuscrita, também foi divulgada nas redes sociais do ex-presidente. Foto: Reprodução "Não troco minha dignidade pela minha liberdade. Tudo que os procuradores da Lava-Jato realmente deveriam fazer  é pedir desculpas ao povo brasileiro, aos milhões de desempregados e à minha família, pela mal que fizeram à democracia, à Justiça e ao país", diz trecho da carta lida na frente da Superintendência da Polícia Federal do Paraná. Assista abaixo.

Lula foi condenado pelo então juiz federal Sergio Moro a 9 anos e 6 meses no caso do tríplex do Guarujá. Depois, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) aumentou a pena para 12 anos e 1 mês de prisão. No entanto, em abril deste ano, os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziram-na para 8 anos e 10 meses.