Maconha pode ajudar no tratamento da covid-19, diz estudo

Canabidiol atua para reduzir as inflamações no pulmão

  • D
  • Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2021 às 09:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Shutterstock

Uma nova pequisa publicada por cientistas da Universidade de Augusta, nos EUA, na ro Journal of Cellular and Molecular Medicine mostrou que o canabidiol, presente na maconha, pode ajudar a reduzir os danos no pulmão causados pela covid-19. 

Os estudiosos explicam que a substância permite um aumento nos níveis de um peptídeo natural chamado apelina, conhecido por reduzir inflamações.

A apelina é produzida por células de diversas partes do corpo: coração, pulmão, cérebro, tecido adiposo e sangue. Ela é uma importante reguladora da pressão arterial e da inflamação. Como explicam os pesquisadores, quando a pressão fica alta, os níveis de apelina aumentam para ajudar a baixá-la.

Uma atuação similar foi observada para ajudar a normalizar os aumentos significativos na inflamação nos pulmões e as dificuldades respiratórias associadas à síndrome de dificuldade respiratória do adulto (SDRA). 

"Idealmente, com SDRA, [o nível de apelina] aumentaria em áreas dos pulmões onde é necessário melhorar o fluxo de sangue e oxigênio para compensar e proteger", explica Babak Baban, um dos estudiosos, em comunicado.

Entretanto, durante as observações realizadas pela equipe em roedores, isso não aconteceu — até os animais receberem canabidiol.  "O CBD quase trouxe [o nível do peptídeo] de volta ao normal", relata Jack Yu, coautor da investigação.

Segundo os pesquisadores, a apelina tem muito em comum com a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2), que tem papel crucial na infecção das células pelo novo coronavírus. Além de estarem presentes em muitos tipos de tecidos em comum, ambas trabalham juntas para controlar a pressão arterial.

O problema é que o Sars-CoV-2 diminui os níveis de ACE2, reduzindo também a quantidade de apelina no organismo. Os pesquisadores ainda não sabem bem como isso acontece, mas o achado os ajudou a compreender melhor como o CBD produz os efeitos benéficos observados nos camundongos. 

Agora, a equipe pretende continuar estudando o mecanismo em humanos para entender se o canabidiol realmente pode ser eficaz contra os estragos causados pelo novo coronavírus.