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Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 19:42
- Atualizado há 2 anos
O presidente Nicolás Maduro acusou, nesta sexta-feira, 14, o mandatário Jair Bolsonaro de levar o Brasil a um "conflito armado" contra a Venezuela, o que usou como justificativa para exercícios militares que serão realizados no fim de semana.>
"Bolsonaro está arrastando as Forças Militares do Brasil para um conflito armado contra a Venezuela, ao amparar um grupo de terroristas que atacou um quartel militar venezuelano", disse Maduro à imprensa internacional. >
O mandatário socialista se referia ao assalto de militares desertores contra um destacamento da Força Armada venezuelana no estado Bolívar (sul, na fronteira com o Brasil) em 22 de dezembro.>
Na ocasião, um agente morreu e fuzis e lançadores de foguetes foram roubados. Seis militares foram presos e cinco pediram refúgio no Brasil. >
Maduro afirmou que Bolsonaro, a quem tachou de "fascista", "está por trás das ameaças terroristas contra a Venezuela, embora os militares brasileiros não se prestem a isso". >
"Há terroristas no território brasileiro preparando ataques e incursões militares contra a Venezuela. E nós temos direito de nos preparar", acrescentou, justificando assim os exercícios previstos para sábado e domingo. >
Segundo o venezuelano, 2,3 milhões de combatentes da Força Armada Bolivariana e da Milícia - corpo civil que atualmente integra a estrutura militar - serão mobilizados no "exercício Escudo Bolivariano 2020". >
"Estamos mobilizando todos os sistemas de mísseis terra-ar, terra a terra, os sistemas de foguete, todas as formas de defesa antiaérea, aérea, terrestre, em todo o território nacional, para nos prepararmos, para defender o direito à paz, à integridade territorial", detalhou. >
O Brasil é um dos 50 países que consideram ilegítimo o segundo mandato de Maduro e reconhecem o opositor Juan Guaidó como mandatário interino. >
O líder chavista reiterou seu pedido para Donald Trump não se deixar "enganar" por "falcões" e pela oposição venezuelana, dias depois de o presidente americano receber Guaidó com honras de chefe de Estado e lhe prometer "esmagar a tirania" de Maduro. >
A reunião com Trump foi o ponto máximo de uma turnê internacional de Guaidó, que deixou o país burlando uma proibição judicial. >
"No dia em que os tribunais da República derem ordem de prender Juan Guaidó por todos os crimes que cometeu, ele irá para a prisão. Este dia não chegou, mas chegará", alertou Maduro.>