Maio amarelo: temos que esvaziar as ruas

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  • Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A pandemia de covid-19 mudou nossos hábitos e restringiu a circulação pela cidade. Neste momento, o isolamento social é o remédio mais indicado para conter a propagação do novo coronavírus. Devido à emergência epidemiológica, podemos dizer que este ano o Maio Amarelo, movimento que visa conscientizar sobre comportamentos adequados no trânsito, tem um significado extra: se possível, fique em casa!

Com o início da vigência dos primeiros decretos municipais, em meados de março, a circulação de veículos caiu consideravelmente, chegando a uma redução no patamar de 60%, quando comparado a um período normal de tráfego. Porém, em abril, houve uma oscilação ascendente revelando que a população afrouxou mais nos cuidados, não respeitando com afinco o isolamento. No mês, o fluxo reduziu por volta de 40%.

É preciso entender que, se tivermos menos carros nas ruas, menor é a possibilidade de termos acidentes. Consequentemente, evitamos a sobrecarga nos hospitais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, entre 20 e 50 milhões de pessoas sofrem lesões não fatais em todo mundo devido aos acidentes no trânsito, precisando de atendimentos médicos e muitas necessitando ficar em unidades de tratamento intensivo (UTIs).

Com ruas mais livres, percebemos que o cidadão está se excedendo na direção. Em março deste ano, quando foram feitos 44 milhões de registros de passagem de veículos por vias monitoradas da cidade, houve 50 mil notificações por excesso de velocidade, número 30% maior que no mesmo período de 2019, quando os equipamentos eletrônicos registraram 49 milhões de passagem de veículos por essas vias e foram flagradas 38 mil infrações do tipo. Ou seja, diminuiu o número de veículos circulando, mas aumentou a prática de infrações.

Isso nos preocupa porque o excesso de velocidade é a principal causa de acidentes no trânsito.  Precisamos desafogar o sistema de saúde, caso contrário, sobrarão vítimas e não haverá leitos.

Neste Maio Amarelo atípico, a proteção no trânsito deve ser completa. Pedimos aos cidadãos que, além de usarem os itens de proteção obrigatórios pelo Código de Trânsito, como o cinto de segurança ou o capacete, adotem também as máscaras. Realizamos blitze educativas de averiguação do uso do artefato. Além da orientação verbal, os agentes distribuem panfletos com informações sobre a determinação municipal que torna o uso de máscaras obrigatório.

Orientar, conscientizar e educar são compromissos que assumimos na Transalvador desde sempre. Seja prudente, fique em casa e use as máscaras. Mesmo com o significado um pouco diferente, este ano o Maio Amarelo continua com o propósito igual ao dos anos anteriores: evitar que vidas, histórias e sonhos se reduzam a números.

Fabrizzio Müller é superintendente de trânsito de Salvador

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