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Mais caros: batata, tomate e cebola ajudam a manter em alta inflação de Salvador

Valor dos alimentos seguem crescendo segundo pesquisa divulgada pelo IBGE

  • Foto do(a) author(a) Gabriel Amorim
  • Gabriel Amorim

Publicado em 29 de abril de 2020 às 06:30

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Os alimentos estão pesando  mais no bolso dos baianos. Neste mês de abril, produtos essenciais como a batata inglesa, cebola, tomate  e a cenoura,  ficarm até 46% mais caros e foram os principais  vilões da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgada ontem pelo IBGE.

Segundo o IBGE, o  IPCA-15 - que traz a prévia da inflação oficial para o mês de abril -   teve crescimento de 0,09% na Região Metropolitna de Salvador (RMS). O número é quase idêntico ao registrado em março (0,10%). No país  houve uma deflação de 0,01%. Entre os principais responsáveis pela alta no custo de vida   estão produtos e serviços nos grupos de alimentação e bebidas, transporte e habitação. 

As donas de casa  já têm sentido  o peso dos alimentos no orçamento das famílias. “A minha sensação é que aumentou tudo, mas produtos do dia a dia como é o caso de tomate, batata, cebola, a gente consegue perceber ainda mais fácil”, conta a dona de casa Nilza Souza. Para ela, a estratégia foi diminuir a quantidade. “São coisas que a gente come toda hora aqui em casa, então não dá para ficar sem, mas eu tenho comprado bem menos do que o de costume, segurado a mão na hora de cozinhar para ter a comida gostosa, mas sem muita abundância”, relata.  Cebola está mais cara na feira (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Já a aposentada Rita Rocha decidiu preparar substitutos. “Tomate e cebola mesmo eu não comprei na última vez que fui no mercado. Tô fazendo a salada com outras coisas, comprei folhas, pimentão, fico procurando receitas que não usem aquilo que tá caro”, conta. "Como a gente vai sempre na feira, sempre tem aquela chorada pelo desconto né? O pessoal já conhece a gente", brinca. 

Para a presidente da Associação das Donas de Casa, Selma Magnavita, todas as estratégias são válidas. “Se você consegue ficar sem comprar aquele produto também é bom. Mesmo que financeiramente voce possa, porque se a gente compra o aumento vai continuar. Mas se a gente deixa na prateleira, como são produtos perecíveis, eles precisam vender, até para repor, então se não tem saída por conta do preço eles vão ter que abaixar. É a lei da oferta e procura que vale pra gente também”, aconselha.  

Safra   Segundo o IBGE, o valor dos alimentos básicos vem crescendo há três meses consecutivos, devido a influência de um maior movimento de alimentação em casa. Desta vez, entre os itens que mais tiveram aumento nos preços estão a cebola (+40,48%), batata inglesa (32,21%) e tomate (24,25%). O recorde é da cenoura:  46,39%. 

“Esses são aumentos que já vêm sendo notados em pesquisas anteriores. O tomate e a cebola vêm há alguns anos tendo essas altas sazonais no início do ano, por efeitos de problemas de safra”, diz a analista do IBGE, Mariana Viveiros, que ainda observa que a maior parte desses produtos vem de fora do estado.

Chuvas Questões climáticas que afetam a safra dos produtos são justamente a justificativa dos produtores para a diminuição de oferta que acabou gerando a alta de preços. “O Brasil é um pais de dimensões continentais, então o calendário das safras fica muito apertado, cada periodo do ano uma região é a principal fornecedora de determinados produtos e qualquer pequena mudança pode afetar a distribuição e os preços”, explica Evilásio Fraga, diretor executivo do Agropolo, que no estado da Bahia é um dos principais responsáveis pela produção das hortifrutes que tiveram aumento do preço. 

Segundo o produtor, uma situação atípica com excesso de chuva em determinadas regiões e seca em outras áreas do país acabou afetando as colheitas de uma forma geral.  “O sul do país sofreu esse ano com falta de chuvas então isso afetou a colheita por lá, que a principal região fornecedora desses produtos no ínicio do ano. Foi uma safra com uma oferta menor. A produção pesada do cerrado, região de Goiás, Minas, ainda não chegou e a do Sul foi menor por conta da seca”, explica.  

Além disso, pelas próprias características dos produtos, qualquer mínima alteração na produção gera mudança de preço. “Aqui no Brasil a gente só consome esses produtos como batata, tomate, são consumidos frescos. Não há estocagem desse tipo de produto como acontece na Europa, por exemplo. Então aqui o que for produzido precisa ser vendido, por isso qualquer alteração na produção, para mais ou para menos, vai afetar o preço’, completa Fraga.

*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco