Mais de 40% das empresas baianas deixaram de funcionar por conta do coronavírus

Terceira edição da pesquisa do Sebrae mostra o impacto da pandemia nos pequenos negócios

Publicado em 20 de maio de 2020 às 19:14

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Darío G. Neto / ASN Bahia

Quatro em cada dez empresas baianas pararam de operar por conta da pandemia. Os dados foram levantamentos em uma nova edição da pesquisa do Sebrae, realizado com mais de 10 mil empresários do Brasil. Entre os baianos, 43% dos entrevistados afirmaram que estão sem funcionar porque as empresas operam presencialmente. 

A mesma pesquisa mostra ainda que pouco mais de 14% deles estão em funcionamento, porém não possui estrutura para usar tecnologias digitais. Somente 31,6% dos negócios em funcionamento estão utilizando ferramentas digitais, como site, telefone e aplicativos.

Já com relação ao faturamento dos negócios na Bahia, 86% dos empresários informaram que a receita diminuiu neste período, enquanto apenas 2,3% disseram que as vendas aumentaram. Outros 5,5% afirmaram que não sentiu o impacto no financeiro da empresa.

Os dados da regionais sobre as finanças dos negócios estão em alinhamento com a média nacional. Levando em consideração os dados do Brasil, mais de 88% dos empresários disseram que sentiram o impacto da pandemia do novo Coronavírus no faturamento.

A média mensal de redução das vendas no estado é de 60,9%, enquanto no Brasil, este número chega a mais de 64%. Somente 27,8% deles afirmaram que esta média aumentou. O número está abaixo da média nacional, que é de 37,3%.

Vendas online

Com a pandemia do novo Coronavírus, 30% dos entrevistados na Bahia disseram que começou a realizar vendas online com o uso das redes sociais, como Instagram, Facebook e WhatsApp. Somente 4% deles realizam suas transações com clientes por meio de um site.

Os empresários que estão utilizando plataformas e aplicativos de vendas, como iFood, Uber Eats, Rappi e GetNinjas, por exemplo, somam 7% dos entrevistados na Bahia, percentual igual ao registrado no nível nacional.

Sobre busca de linhas de crédito, a pesquisa do Sebrae apontou que na Bahia, 85,9% dos entrevistados responderam que buscaram o crédito.  Mais de 62% tiveram o pedido negado e 28,7% aguardam uma resposta das instituições financeiras.

Para ajudar os micro e pequenos empresários na obtenção de crédito durante a pandemia, o Sebrae e a Caixa firmaram uma parceria que vai oferecer mais de R$ 12 bilhões. Os limites dependem do porte da empresa, com carência que pode chegar a 12 meses. As informações sobre como realizar o pedido podem ser obtidas no site da Caixa. 

Sobre a pesquisa 

A terceira edição da pesquisa “O impacto da pandemia do Coronavírus nos pequenos negócios” foi realizada entre os dias 30 de abril a 5 de maio com 10.384 empresários de todos os 26 estados e Distrito Federal. A amostra levou em conta o universo de 17,2 milhões de pequenos negócios registrados no Brasil.

Na Bahia, 53,2% dos entrevistados atuam no comércio, 41% nos serviços, 3,67% na construção civil e 1,5% no agronegócio. A maioria dos empresários que responderam a pesquisa estão enquadrados como Microempreendedor Individual (57,4%), seguido das Microempresas (faturamento bruto anual de até R$ 360 mil), com 38,9% e as Empresas de Pequeno Porte (faturamento bruto anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões) representam 3,7% das empresas que participaram da pesquisa.

Os homens estão representados na pesquisa por 49,7%, sendo as mulheres 5,3% do universo de entrevistados. O relatório completo da pesquisa pode ser obtido no site do DataSebrae.