Mais uma: 12 babás registraram queixa contra patroa acusada de agressão no Imbuí

Sete ocorrências são apuradas na 12ª Delegacia Territorial de Itapuã, cinco na 9ª Delegacia da Boca do Rio

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  • Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2021 às 20:13

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Ao menos 12 mulheres já registraram queixa contra a patroa acusada de agressão no bairro do Imbuí, em Salvador. Até a noite desta terça-feira (31), Melina Esteves França, ex-patroa da babá que pulou do terceiro andar no bairro do Imbuí, tem sete ocorrências na Delegacia Territorial (DT), de Itapuã e cinco ocorrências foram registradas na 9ª DT / Boca do Rio. A informação foi confirmada pela Polícia Civil.

Das sete ocorrências na DT de Itapuã, três solicitantes já foram ouvidas. A Polícia não forneceu mais informações sobre as cinco ocorrências registradas, na Boca do Rio, mas afirmou que os casos estão sendo apurados, e, a patroa da babá consta como suspeita. O Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) está supervisionando e acompanhando todos os casos.

Relembre o caso

Raiane Ribeiro trabalhava cuidando de crianças em um apartamento no Edifício Residencial Absolutto quando caiu do terceiro andar. Socorrida para o Hospital Geral do Estado, ela prestou depoimento no posto policial da unidade e disse que pulou da janela para fugir da patroa.

Leia mais: Babá pula do terceiro andar de prédio no Imbuí e acusa patroa de cárcere privado   Segundo a funcionária, ela foi agredida e trancada em um cômodo da casa, após ter seu celular tomado pela patroa. Tudo teria começado quando ela avisou que queria deixar o emprego após uma semana de contratada.

Raiane conversou com o CORREIO na noite da ultima quarta-feira (25) e relatou os momentos traumáticos que viveu. Natural do município de Itanagra, a 120 km de Salvador, ela disse que viu o anúncio de emprego em um site e decidiu se candidatar. 

Após contato com a anunciante, a babá trocou informações e após algumas chamadas de vídeo foi contratada para trabalhar. "Depois que eu vi o anúncio, entrei em contato, e o acordo era trabalhar integral e folgar a cada 15 dias", disse Raiane.

No entanto, após iniciar o trabalho, Raiane conta que recebeu nova proposta de emprego e que após comunicar à patroa, passou a ser ameaçada. "Quando eu pedi para sair do trabalho, ela respondeu: 'eu quero ver se você vai embora. Eu não sou vagabunda. Você não vai embora", lembrou a babá. 

A ameaça, de acordo com Raiane, teria ocorrido na terça-feira (24). A babá teria pedido socorro à irmã, pelo telefone. A irmã de Raiane então entrou em contato com uma tia que mora em Salvador. Após o contato, um homem teria ido até o prédio onde Raiane trabalha, mas após fazer contato pelo interfone, a patroa disse que Raiane não estava no local.

Nesta quarta-feira (25), uma pessoa voltou no prédio a pedido da tia de Raiane para procurar a jovem, segundo ela, desta vez, a patroa arrancou a fiação do interfone para evitar o contato. Sem contato externo, Raiane diz que foi trancada no banheiro. Desesperada, ela tentou fugir pelo basculante.

"Ela me trancou no banheiro, ai vi o basculante e decidi fugir para alcançar a janela do apartamento do lado e lá pedir ajuda, mas aí não consegui e fiquei pendurada. Aí depois, eu caí", conta.

Ela caiu dentro de um apartamento localizado no primeiro andar e foi socorrida. Raiane fraturou o calcanhar, e levou pontos na testa, além de ter ficado com alguns hematomas no corpo. Ela teve alta no mesmo dia.

Mas o comportamento agressivo de Melina Esteves França com trabalhadores domésticas tem relatos desde 2018, pelo menos, quando ela ainda morava em Piatã. Um grupo de ex-funcionários foi à 9ª Delegacia para prestarem depoimento sobre as ameaças de cárcere e agressões físicas e verbais na última sexta-feira (27).

Até segunda (30), havia registro de 11 vítimas da mesma mulher. Pelo menos 4 no atual apartamento que a acusada mora, no bairro do Imbuí, e as outras na sua antiga residência, em Itapuã. Os casos são apurados pela Polícia Civil.