Manifestantes fazem ato contra a gordofobia em Salvador

Grupo se concentrou no monumento ‘As meninas do Brasil’, mais conhecido como as Gordinhas de Ondina, para lembrar respeito às diferenças e a diversidade

Publicado em 16 de janeiro de 2022 às 15:09

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: divulgação

Um grupo de manifestantes fez um protesto neste domingo (16), no bairro de Ondina, em Salvador. O ato aconteceu nas proximidades do monumento ‘As meninas do Brasil’, mias conhecido como as Gordinhas de Ondina, e o objetivo foi celebrar os 6 anos do movimento Vai Ter Gorda, completados na segunda-feira (10), organização que luta contra a gordofobia e a favor do respeito à diversidade.

Com faixas e cartazes, os manifestantes pediram pela sanção dos projetos de lei 284/2019 e 23.507/2019, elaborados pelo movimento e que visam a criação de um dia municipal e estadual de combate a gordofobia, respectivamente. E do projeto de lei 303/2019, que garante o acesso de pessoas obesas pela porta de desembarque do transporte coletivo e de estabelecimentos, para evitar o constrangimento de ter que passar pela catraca.

A servidora pública e uma das fundadoras do grupo, Adriana Santos, contou que o coletivo trata de representatividade.

“Nosso principal objetivo enquanto movimento e nas ações que a gente vem pontuando é movimentar a sociedade para o reconhecimento dos nossos direitos e do respeito que a gente quer. A gente vem elaborando alguns projetos, ações e atividades com foco na visibilidade da pessoa gorda e no respeito à diversidade”, disse. Coletivo existe desde 2016 (Foto: divulgação) O ato se concentrou no cruzamento entre a Avenida Milton Santos (antiga Adhemar de Barros) e a Avenida Oceânica, mas não interferiu no trânsito. Adriana pontou a importância da manifestação.

“As ações que foram desenvolvidas, desde 2016, pelo coletivo Vai Ter Gordas tiveram grande impacto na sociedade, principalmente em Salvador, e ajudou muitas mulheres a se reconhecerem enquanto mulheres gordas e a incentivar a sociedade na luta contra a gordofobia, incentivando também o mercado midiático e de propaganda para colocar cada vez mais mulheres nesses espaços”, disse.

As meninas usaram biquínis durante o protesto. O músico, fotógrafo e outro fundador do coletivo, Paulo Arcanjo, contou que a organização surgiu de uma insatisfação e de um mal-estar coletivo.

“O movimento foi criado há seis anos por existirem várias amigas e colegas que sofriam preconceitos, muitos fotógrafos não queriam fazer fotos de mulheres gordas. Isso provocou uma inquietação em mim e marquei um encontro com as meninas, fizemos uma mobilização nas redes sociais chamando para um evento no Farol da Barra”, contou.

A ação teve adesão do público. Desde então, o movimento cresceu e, atualmente, tem cerca de 250 membros em Salvador, em cidade do interior da Bahia, em estados como Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, e fora do Brasil.