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Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2019 às 21:22
- Atualizado há 2 anos
Centenas de pessoas protestaram hoje (17) em repúdio à morte do jovem Pedro Gonzaga, de 19 anos, asfixiado na frente da própria mãe, por um dos seguranças do supermercado Extra, na Barra da Tijuca, no último dia 14. O chamado foi feito pelas redes sociais.>
De iniciativa popular, a organização chamava “ativistas, jovens negros, pessoas empáticas à luta negra, todos os indignados” a comparecerem em unidades do Extra em diversas capitais do país.>
“Queremos Justiça: a rede Extra precisa atuar de alguma forma contra o genocídio da população negra, apoiando ações e instituições, para que jovens negros não sejam mais mortos como se suas vidas não valessem nada”, diziam no Facebook os organizadores da manifestação.>
Pedro Gonzaga foi morto pelo segurança Davi Ricardo Moreira Amâncio, na última quinta-feira (14), por asfixia, diante de sua mãe, após ter sido imobilizado.>
O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios para onde o segurança foi levado preso e liberado após pagar fiança de R$ 10 mil. Ele deve ser indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar).>
O corpo do jovem foi enterrado nesse sábado (16), no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, zona oeste do Rio. Rio de Janeiro>
Em frente ao Hipermercado Extra, na Barra da Tijuca, onde ocorreu o caso, faixas com as frases “Jovem Negro Vive!” e “Pedro Gonzaga, presente!”, eram erguidas pelos manifestantes. São Paulo>
Manifestação no Extra Brigadeiro, na Avenida Brigadeiro Luis Antonio, na região da Avenida Paulista, reuniu centenas de pessoas em apoio à família de Pedro Gonzaga.>
O evento foi organizado por diversas entidades, principalmente do movimento negro e estudantil, entre eles, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).>
“Vidas negras importam” e “parem de nos matar” foram alguns dos gritos entoados pelos manifestantes em São Paulo.>
“É um ato também que a gente convocou para poder denunciar o processo de genocídio da juventude negra porque o caso foi considerado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas entendemos que houve sim intenção de matar porque o racismo estrutural faz com que as pessoas vejam o corpo negro sempre como inimigo e com menos valor”, disse Marcos Paulo Silva de Jesus, um dos manifestantes do ato em São Paulo e integrante da União da Juventude Socialista (UJS). Vídeo>
Um vídeo gravado por testemunhas mostra o segurança sobre o corpo de jovem, já imobilizado, mesmo depois que pessoas presentes ao supermercado o alertaram de que ele tinha parado de se mexer e estava ficando roxo.>
Houve indignação nas redes sociais e internautas chegaram a afirmar que Pedro, por ser negro, havia sido vítima de racismo.>
Outro lado Em nota, a rede de supermercados Extra repudiou, com “veemência” a ação do segurança ou qualquer ato de violência em suas lojas. O texto diz ainda que a empresa abriu investigação interna para apurar o caso e que os seguranças envolvidos foram afastados.>