Manifestantes usam máscaras, luvas e álcool em gel em ato no Farol da Barra

Apoiadores de Bolsonaro preferiram driblar a recomendação do presidente para adiar o protesto

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  • Vinicius Harfush

Publicado em 15 de março de 2020 às 11:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Vinicius Harfush/CORREIO

Mesmo com as recomendações de permanecer distante de aglomerações devido a pandemia causada pelo Coronavírus, eleitores do presidente Jair Bolsonaro compareceram ao Farol da Barra para uma manifestação na manhã deste domingo (15). Manifestantes se reuniram no Farol da Barra na manhã deste domingo (15) (Foto: Vinicius Harfush/CORREIO) Munidos de máscaras, álcool gel e muitos com luvas, além das vuvuzelas, os manifestantes acompanharam um pequeno trio elétrico que saiu do Farol em direção ao Morro do Cristo na Barra. "Vale a pena vir, mesmo com o Corona [vírus]. Como patriotas temos que arcar com as consequências para ter um país mais justo", afirmou a administradora Márcia Oliveira, de 51 anos.

A contadora Cláudia Adorno, 50, resolveu utilizar a máscara como forma de protesto. Nela, escreveu a seguinte frase: "O vírus que mata o brasileiro é a corrupção". Essa frase, aliás, foi repetida por diversos cartazes e pessoas na multidão. "Pior que o Corona é a esquerda", repetiu Adelaide Sena, de 60 anos. Cláudia Adorno foi ao protesto usando máscara (Foto: Vinicius Harfush/CORREIO) "O que motivou estar aqui é o estado que nosso país está. O legislativo e o judiciário querendo comandar o nosso presidente. Não aceitamos mais isso", completou Márcia.Bolsonaro chegou a pedir que as manifestações marcadas para este domingo fossem adiadas, justamente por conta do Covid-19, mas para Cesar Rodrigues, 46,  a presença do público foi por "livre e espontânea vontade".

Entre seus protestos, Cesar declarou que sua presença no Farol é para evitar que a governabilidade do presidente enfraqueça: "O parlamento quer tirar ainda mais do governo. É muito importante ir contra esse movimento", disse.

Em cima do carro de som, os organizadores fizeram críticas ao Supremo Tribunal Federal e pediram a saída dos ministros que ocupam as cadeiras. Outras figuras que foram alvo dos manifestantes foram os chamados de "centrão": o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. "Contra o parlamentarismo branco", reivindicavam. 

A passeata estava marcada para às 10h30, mas só saiu do Farol às 11h23. Junto com ela, uma carreata e diversos motociclistas também seguiram o micro trio.

O presidente Jair Bolsonaro saiu do isolamento e e participou de um ato pró-governo em Brasília. Ele saiu do Palácio da Alvorada por volta do meio dia para participar do ato na Esplanada dos Ministérios. Em seu perfil no Twitter, ele publicou um vídeo mostrando o ato em Salvador. Veja:

*Com supervisão da editora Ana Cristina Pereira