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Georgina Maynart
Publicado em 22 de maio de 2019 às 07:55
- Atualizado há 2 anos
Cerca de 10 mil dólares, aproximadamente 40 mil reais. É quanto custa uma máquina de dessalinização que mede cerca de dois metros de altura, dois de largura, e pode produzir até 500 litros de água potável por hora, a partir da água do mar.>
A planta piloto do equipamento, de fabricação israelense, está exposta no estacionamento do Museu de Arte Moderna da Bahia, na Avenida Contorno. Ele é uma das soluções já utilizadas em várias cidades do mundo, para produzir água doce. A escassez hídrica é um problema que atinge boa parte do território baiano. Estima-se que cerca de 85% do estado da Bahia tem clima semiárido, onde são registrados baixos índices de chuva ao longo do ano.>
A exposição faz parte da programação do III Seminário da Associação Latino-americana sobre Dessalinização, Reúso e Tratamento de Água e Efluentes (ALADYR). O evento está sendo realizado em Salvador até amanhã. Durante dois dias, profissionais de empresas públicas e privadas, autoridades municipais, estaduais e federais vão discutir técnicas e projetos científicos para reutilização da água, produção de água doce, tratamento de águas e efluentes, aproveitamento de água da chuva, controle de qualidade da água e transferência de tecnologia. >
Entre as soluções tecnológicas que serão propostas durante o evento estão as iniciativas realizadas através de uma parceria entre a multinacional norte-americana Fluence e a Central de Tratamento de Efluentes e Resíduos Industriais (Cetrel) do Polo Industrial de Camaçari.>
“O valor da água não necessariamente está na sua origem, mas na confiança de sua disponibilidade e qualidade. Tecnologias de reúso e dessalinização são pontos-chave para sustentabilidade hídrica na América Latina”, afirma Eduardo Pedroza, especialista em água e efluente da Cetrel.>
Apenas 2,5% da água do planeta é doce. A outra parte, cerca de 97,5% da água presente nos mares e oceanos, é salgada. E um outro dado aumenta ainda mais a preocupação dos especialistas. De acordo com um relatório das Nações Unidas, em todo o mundo as reservas de água doce devem ser reduzidas em 40% até 2030.>
Por isso, a dessalinização vem sendo apontada como uma das principais saídas para fornecer mais água para a população mundial. O processo já é muito utilizado na Austrália e em países do Oriente Médio.>
No Brasil, várias pesquisas estão em andamento em diversos centros de pesquisa e universidades. Um dos projetos é o Programa Água Doce, monitorado pelo governo federal. As ações começaram a ser implantadas em 2012 nos nove estados do Nordeste e também em Minas Gerais.>
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, nos últimos 7 anos já foram concluídas 639 obras de implantação de sistemas de dessalinização. Cerca de 145 delas foram instaladas em 24 municípios baianos no fim do ano passado. >
As iniciativas também incluem ações para reaproveitar os rejeitos gerados pelo processo de dessalinização. Uma delas, sugerida pela EMBRAPA e já implantada pelo Ministério do Meio Ambiente em alguns municípios brasileiros, envolve o reúso dos rejeitos na criação de peixes e plantio de forrageiras para alimentar caprinos. >
Serviço: >
O QUE: Seminário da Associação Latino-americana de Dessalinização e Reúso de Água (ALADYR)>
ONDE: Wish Hotel da Bahia, Campo Grande, Salvador.>
QUANDO: 22 e 23 de maio de 2019>
ACESSO: Para inscritos antecipadamente através do site: https://aladyr.net/pt-br/salvador-brasil-2019/>