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Marina Silva diz se hospedar em casa de amigos durante campanha


 

Em Salvador, candidata ficou hospedada em hotel 5 estrelas

  • Nilson Marinho

Publicado em 10/09/2018 às 16:53:00
Atualizado em 18/04/2023 às 21:08:05
. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Marina Silva, candidata a ocupar a cadeira no Palácio do Planalto, pelo partido Rede, em visita a Salvador, na manhã desta segunda-feira (10), descreveu sua campanha política como “uma briga entre Davi e Golias” e uma campanha "franciscana". A candidata afirmou que tem optado por viajar em voos econômicos e em se hospedar em casa de amigos durante suas viagens a outros estados.

Segundo ela, a maioria das suas viagens estão sendo feitas sempre em voos que saem nas primeiras horas da manhã, por serem mais econômicos. “Tenho acordando 4h da manhã pegando o avião mais barato e me hospedando na casa de amigos. Mas vou andar o Brasil inteiro para mostrar que o tostão vai vencer o milhão”, garantiu a postulante à Presidência. Em Salvador, a candidata aterrissou às 0h desta segunda-feira e fez check-in, de acordo com a sua assessoria, no Wish Hotel da Bahia, cinco estrelas localizado no Campo Grande. A diária no hotel varia de R$ 200 a R$ 4 mil a depender do quarto. 

De lá, já pela manhã, Marina saiu para cumprir sua agenda de visitas na capital baiana. Antes de se encontrar com os partidários na Praça Nelson Mandela, no bairro da Liberdade, a sua comitiva desmarcou uma ida uma cooperativa de recicladores do bairro de Canabrava, optando por conceder uma entrevista à um canal de televisão local. Marina em frente a busto de Nelson Mandela, na Liberdade (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO) Davi e Golias Já os personagens da parábola bíblica foram utilizados pela candidata para fazer alusão aos seus poucos recursos para investir na corrida eleitoral, diferente, segundo ela, dos seus concorrentes que ocupam as primeiras posições nas pesquisas de intenção de votos.

Marina lamentou também o pouco tempo que tem para falar com seu eleitorado durante a propaganda política. A ela foi destinado apenas 21 segundos e 29 inserções durante o horário eleitoral. A coligação encabeçada pelo PT, por exemplo, possui dois minutos e 23 segundos com direito a 189 aparições. Já Geraldo Alckmin, da coligação Para Unir o Brasil, tem cinco minutos e 32 segundos em 434 inserções, disponível para apresentar suas ideias. Jair Bolsonaro, do PSL, tem oito segundos e 11 inserções. “Eu tenho apenas 20 segundos na televisão. Os grandes partidos ficaram com todo o dinheiro do fundo partidário e o tempo disponível para campanha. Eles também possuem dinheiro para espalhar mentiras contra mim. Eu peço solidariedade à população, aos jovens e às mulheres, para que uma mulher negra que vem lá da floresta amazônica que sabe o que é enfrentar uma fila para ser atendida como indigente em um hospital público possa chegar lá”, pediu Marina. Desconforto Marina manteve a visita à estação de trem do bairro da Calçada. A presidenciável causou um desconforto aos usuários que estavam na fila do Plano Inclinado Liberdade/Calçada. Por volta das 11h, ao tentar embarcar com os seus assessores no plano para dar acesso ao bairro da região da cidade baixa, muitos usuários reclamaram da tentativa da comitiva de furar fila.

Prontamente, Marina desistiu da viagem e se desculpou com algumas pessoas que estavam à espera do transporte, antes de ocupar o último lugar. "Vamos pegar a fila como todas as pessoas", afirmou a candidata que estava acompanhada também por Célia Sacramento, candidata da Rede ao governo do estado da Bahia e da candidata a deputada federal por Alagoas, Heloísa Helena. “Lamentável, ela jamais faria isso”, comentou Heloísa com um de seus assessores. Em seguida, Marina visitou a Estação Ferroviária da Calçada, onde assinou o Termo de Compromisso com o movimento de mobilidade urbana. 

Segurança A candidata negou que estivesse na companhia de agentes federais que ficariam responsáveis pela sua segurança durante a visita na capital baiana. Segundo sua assessoria, Marina caminhou apenas com o apoio da sua equipe. Mas de acordo com representantes de seu partido, um dia antes, dois agentes da Polícia Federal (PF) visitaram os locais que a presidenciável estaria. Quatro policiais da 2ª Delegacia (Liberdade) estiveram presentes durante sua visita ao bairro.“O candidato Bolsonaro, que estava com forte aparato de segurança da Polícia Federal, da Polícia Militar, da sua segurança privada, foi atingido por uma faca. Imagine se essa pessoa tivesse uma arma de fogo?”, questionou Marina, se referindo ao porte de arma defendido pelo candidato da coligação Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos.*com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier