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Tailane Muniz
Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 21:57
- Atualizado há 2 anos
Médica ficou em estado de choque após acidente (Foto: Reprodução/TV Bahia) A médica Ocridalina Maria Oliveira Virgens, que perdeu o controle de um Fiat Toro (placa PKO-8594), se chocou em um ônibus e invadiu um ponto de ônibus, atropelou e matou duas pessoas, na tarde da última terça-feira (4), em frente ao Teatro Castro Alves (TCA), no Campo Grande, procurou a família das vítimas e ofereceu R$ 2 mil.>
De acordo com parentes da bióloga Carla Beatriz Santana Santos, 37 anos, e da mãe dela, a cuidadora de idosos Rita de Cássia Santana, 56, a condutora fez contato via WhatsApp e, embora tenha oferecido a quantia, depositou R$ 1 mil.>
Os familiares informaram ao CORREIO que, em cada enterro, gastaram R$4,6 mil. >
A médica disse que o dinheiro deveria ser usado no sepultamento de Carla Beatriz, que morreu na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), antes mesmo de chegar a o Hospital Geral do Estado (HGE).>
Nesse domingo (9), Rita de Cássia morreu depois de cinco dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HGE. A motorista, no entanto, não retornou o contato. Carla Beatriz e Rita de Cássia estavam juntas quando foram atropeladas (Foto: Reprodução/Vinícius Nascimento/CORREIO) Filha de Carla, a estudante Laila Santana dos Santos, 19, afirmou ao CORREIO que a família só soube a identificação da médica porque esteve na delegacia, onde ficaram sabendo alguns detalhes do depoimento.>
"Ela é medica do Samu. Tanto que num instante eles (socorristas do Samu) chegaram lá. Mas e por que ela não saiu do carro para ajudar? São duas pessoas mortas, sabe? E a polícia? Nada diz?", indagou, durante sepultamento da avó, no Cemitério do Campo Santo, na tarde desta segunda-feira (10).>
O coordenador do Samu de Salvador, Ivan Paiva, informou ao CORREIO que Ocridalina não pertence ao quadro de funcionários do serviço de atendimento na capital.>
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Investigação Para Laila, que perdeu em período de cinco dias, as maiores referências que tinha na vida - a mãe e a avó -, a Polícia Civil "precisa explicar detalhes do acidente". "Eu quero saber por que ela saiu de lá dirigindo o próprio carro, e por que a cena do crime foi lavada durante a perícia. Eu quero explicações, só isso", disse, amparada por uma amiga.Procurada pelo CORREIO, a Polícia Civil reafirmou, em nota, que não passaria a identificação da motorista do Toro, ou mesmo do motorista e cobrador do ônibus envolvido no acidente, que aconteceu na esquina com a Rua Leovigildo Filgueiras, no Garcia. >
"Foram coletados os depoimentos dos envolvidos e imagens de câmeras estão sendo analisadas pela perícia. Mais informações não podem ser divulgadas, para não comprometer a apuração do caso", diz a nota. O crime é investigado pela 1ª Delegacia (Barris). Local de atropelamentos sujo de sangue logo após acidente, na terça (Foto: Marina Silva/CORREIO) Sonho interrompido De acordo com Laila, a mãe costumava visitar a avó no Campo Grande, onde Rita de Cássia trabalhava em um prédio como cuidadora de idosa. Também era de costume que ela acompanhasse a bióloga até o ponto de ônibus.>
A jovem disse ao CORREIO que no dia em que Carla Beatriz morreu, havia recebido a confirmação de uma aprovação para fazer pós-graduação na Universidade Federal Rural, no Rio de Janeiro.>
A bióloga, que morava com a única filha em Cajazeiras, estava a caminho do Comércio, onde trabalhava como assistente de telemarketing, segundo Laila, para complementar a renda.>
"Minha mãe estava feliz. A pós era o sonho dela, mas ela não teve tempo sequer de finalizar a matrícula. Ela também queria me ver formar, como assisti a formatura dela. Essas pessoas levaram minhas duas bases, com quem eu contava para tudo na vida. E vai ficar assim, por isso mesmo?", questionou.>