Médico revela que cérebro comprometido desde 2009 pode agravar situação de Schumacher

Ex-piloto sofreu um traumatismo craniano leve em 2009, após um acidente de moto

  • D
  • Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2014 às 10:38

- Atualizado há um ano

A preocupação dos médicos com a possibilidade de Michael Schumacher ter sequelas por conta das lesões cerebrais sofridas após um acidente de esqui ganharam força. Johannes Peil, chefe de uma clínica responsável pelo tratamento do ex-piloto após um acidente de moto em 2009, revelou em entrevista ao jornal "Bild", neste sábado (4), que o alemão ficou com o lado esquerdo do cérebro afetado desde este acidente. 

Na ocasião, Schumacher participava de alguns testes no circuito de Cartagena, na Espanha. O alemão pilotava uma Honda CBR 1000 a 230km/h, quando caiu após frear em curva e bateu a cabeça no asfalto. O hepcampeão mundial de Fórmula 1 foi levado desacordado para o Hospital Virgen de la Arrixaca, mas conseguiu recuperar a consciência durante o trajeto.  Uma ressonância magnética divulgada na época do acidente apontou um leve traumatismo no ex-piloto, sem danos graves. Desde então, Schumacher passou a acompanhar a evolução do caso na clínica esportiva Bd Nauheim, dirigida por Peil. Segundo o médico, o novo dano causado pelo traumatismo craniano sofrido no acidente de esqui de Schumi pode trazer sérias complicações.

"A artéria vertebral esquerda havia sido destruída, prejudicando a irrigação do cerebelo. Naquela época foi uma sorte que a artéria direita tivesse ficado intacta por ter maior capacidade do que a esquerda, o que manteve um melhor equilíbrio. Mas agora isto não é mais relevante, já que a artéria vertebral direita e a circulação colateral estão normalizadas. Apenas na fase aguda imediatamente após o acidente é que o trauma adicional na artéria direita pode ter causado consequências de longo prazo", disse ele. 

Schumacher corre o risco de ficar totalmente paralisadoO ex-piloto Phillippe Streiff foi ao Centro Hospitalar Universitário de Grenoble na sexta-feira (3), dia em que Michael Schumacher completou 45 anos, para fazer uma visita ao alemão, que segue internado em estado grave após sofrer um acidente de esqui nas estações de Méribel, na França. A visita ao amigo rendeu más notícias a Streiff, que informou à imprensa que Schumacher pode ficar com sequelas graves caso vença a luta contra a morte. Em conversa com as agências Reuters e AP, ele revelou que o estado de Schumacher é muito delicado. "O médico disse que ainda não sabe como a história terminará. O sangramento continua em ambos os lados do cérebro e poderia afetar a fala", disse. Streiff sofreu um acidente em 1989 e, desde então, passou a se locomover com uma cadeira de rodas. Ele se mostrou muito preocupado com o estado de Schumacher. "Eles (médicos) fazem scanners todos os dias para ver como os edemas estão sendo absorvidos. Quanto mais rápido eles forem absorvidos, menos ele ficará paralisado, mas, se a hemorragia continua por muito tempo, ele corre o risco de ficar paralisado completamente", disse abalado. Schumacher está internado desde o dia 29 de dezembro, quando se acidentou, e segue internado na UTI Centro Hospitalar Universitário de Grenoble, na França. O ex-piloto está em estado grave após sofrer traumatismo craniano com lesões cerebrais. Schumi, como ficou conhecido no mundo da Fórmula 1, já passou por duas cirurgias, para reduzir a pressão intracraniana e retirar um hematoma. O alemão segue em coma induzido e com a temperatura corporal reduzida artificialmente.[[saiba_mais]]