Medo do coronavírus: Arquidiocese recomenda 'não dar as mãos no Pai-Nosso'

Veja outras medidas encorajadas pela Arquidiocese de Olinda e Recife para evitar transmissão do vírus

  • Foto do(a) author(a) Rede Nordeste, JC
  • Rede Nordeste, JC

Publicado em 28 de fevereiro de 2020 às 09:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO

Com a confirmação dos casos de suspeita de coronavírus em Pernambuco, medidas de prevenção contra a doença vêm sendo encorajadas - inclusive pela Igreja Católica. Para contornar as chances de transmissão, a Arquidiocese de Olinda e Recife enviou uma série de recomendações às 143 paróquias. As orientações são válidas tanto para os éis e quanto para os párocos.

Não dar as mãos durante o Pai Nosso, omitir o abraço da paz e evitar apertos de mão durante as acolhidas são alguns itens da lista.

O comunicado, assinado pelo arcebispo Dom Fernando Saburido, diz que “todos têm responsabilidade de evitar situações e circunstâncias que facilitem o contágio”.

A lista ainda traz outras medidas gerais, como lavar as mãos com água e sabão, evitar tocar no nariz ou boca e evitar contato com pessoas que apresentem sinais da doença.

Segundo o vigário Geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, padre Luciano Brito, essas mesmas precauções foram divulgadas quando o País viveu os surtos do H1N1, em 2018.

“Nós temos vários ritos, até na missa, como o costume do abraço de paz, dar as mãos - questões que são próprias da convivência fraterna da Igreja. Isso as autoridades sanitárias estão pedindo para ser evitado”, explicou.

Qual a diferença entre a gripe e o coronavírus? As principais diferenças entre uma gripe comum e o novo coronavírus não estão, necessariamente, nos sintomas, visto que existem muitas semelhanças, como tosse e febre. De acordo com o infectologista Gabriel Serrano, a grande divergência entre as doenças está no fato de que, para a gripe, já existe vacina e boa parte da população está imunizada, o que não acontece com o novo coronavírus.

Além disto, é comum que os pacientes infectados pelo COVID-19 apresentem falta de ar ou diculdade de respirar, sintoma menos comum em gripes. "O novo coronavírus parece com um resfriado. A questão é que, para a gripe, já existe vacina e imunidade. Não tem imunidade nem vacina para o COVID e mesmo os pacientes assintomáticos podem transmitir. O novo corona é mais grave para idosos, acima dos 70 e 80 anos, ou para os que têm comorbidades, como doenças coronarianas, pulmonares e renais", explica o médico. Segundo ele, as mortes por coronavírus estão associadas à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) ou ao agravamento do quadro, quando a pessoa desenvolve uma infecção bacteriana subsequente à infecção pelo corona.

O que fazer em caso de sintomas? O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, alertou na última quarta-feira (26) que, em casos de sintomas de coronavírus, o paciente deve procurar qualquer urgência hospitalar de sua cidade e nas 15 Unidades de Pronto Atendimento (Upas) do Estado. "Todo plano (de contingência) inclui as unidades de emergência, que vão vericar se a pessoa se enquadra como caso suspeito", orientou o secretário.

Segundo ele, em caso de suspeita, as unidades hospitalares fazem a triagem dos pacientes e os direcionam para as unidades de referência que são o hospitais Oswaldo Cruz, Correia Picanço e Imip. "Não se deve procurar diretamente a unidade de referência, pois do contrário elas não terão capacidade de atender todo mundo", alertou.

As informações são do Jornal do Commercio