'Melzinho do amor': estimulante sexual da moda entra na mira da polícia

Produto é anunciado e vendido por famosos, como Iuri Sheik

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  • Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2021 às 12:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Citado em músicas, anunciado por famosos e cobiçados por homens com problemas de ereção. O "Melzinho do Amor" é a nova febre do Brasil e tem atraído a atenção não só de clientes, mas também da Anvisa e da polícia.

Acontece que, apesar de ser anunciado como um produto "100% natural", o estimulante sexual pode não ser tão inofensivo para a saúde quanto aparenta. De acordo com o jornal Extra, há dúvidas sobre os ingredientes utilizados.

Além disso, o mel não possui autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser vendido no Brasil. Por conta disso, quem está comercializando o produto comete um crime. Nesta sexta-feira (21), por exemplo, um homem foi preso no Rio de Janeiro vendendo o melzinho.

De acordo com o Extra, há ao menos seis marcas do produto sendo comercializadas no Brasil. Cinco delas são importadas, fabricadas em países como Líbano e Malásia, e outra é nacional, com uma empresa sediada em São Paulo.

Na internet, famosos já fizeram propaganda do mel. O ex-jogador Vampeta, durante transmissão ao vivo, ensinou como usar o produto. Já Sérgio Mallandro apareceu com uma embalagem na mão na gravação de seu podcast. O funkeiro MC Kevin, que morreu ao cair de um hotel no Rio, também já tinha admitido o uso do estimulante. O 'novo viagra' ainda virou música criada por outro MC, o Di Magrinho.

O baiano Iuri Sheik, que está em liberdade condicional após ser acusado de matar um produtor durante uma festa, além de fazer propaganda, vende o produto. Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, ele apareceu experimentando o estimulante e dando mais detalhes sobre o melzinho.

"Você quer tomar um melzinho? Está precisando dar uma 'ativada' para namorar? Quer dar aquela 'pedrada'? Você toma esse melzinho aqui, o original. Eu tenho uma caixa aqui para você. Você vai ficar igual a essa madeira aqui", disse ele, batendo na madeira para demonstrar dureza que o produto supostamente provoca.

O baiano vende uma caixa com 12 sachês por R$ 250.

Na mira da Anvisa O produto não possui autorização da Anvisa, informa o Extra. Segundo a agência, em razão da divulgação atribuindo ao melzinho propriedades terapêuticas, principalmente com atuação como estimulante sexual, seria necessário que a permissão fosse para a venda de medicamentos. 

A Anvisa diz ainda que não há clareza sobre os ingredientes do produto, apesar de as embalagens anunciarem que ele contém apenas mel e extratos naturais.

O órgão também diz que, por se tratar de um produto não permitido no Brasil, sua importação por pontos de entrada regulares (aeroportos e portos) não é permitida e se o ingresso estiver ocorrendo por canais irregulares, quem entra no país com o produto comete o crime de contrabando. 

A Anvisa abrirá um dossiê de investigação sanitária para avaliar o caso e, sendo confirmadas as irregularidades, serão adotadas as medidas de fiscalização cabíveis.