Mente sã, corpo são

Práticas integrativas, alternativas e complementares à medicina tradicional auxiliam na prevenção e tratamento de doenças

  • D
  • Do Estúdio

Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Shutterstock

Pare por um instante, neste exato momento, e faça uma simples reflexão. Quantas vezes você começou a sentir uma dor logo após um pico de estresse? De que forma seu corpo reagiu à última notícia triste que recebeu? De uma leve dor de cabeça a um quadro depressivo, sintomas de enfermidades são a resposta mais rápida do organismo para algo que não anda equilibrado.

É que a relação entre corpo e mente é mais próxima do que se possa imaginar. Reflete as emoções e as sensações que te acompanham diariamente. “Saber lidar com os sentimentos pode ser um importante passo para a prevenção de diversas doenças, como o estresse e a depressão. É comum que um problema emocional tenha reflexo imediato na saúde física. Nós falamos muito na psicologia que corpo e mente estão ligados diretamente”, alerta Marta Érica Souza, psicóloga do Hapvida.

Ao olhar para a saúde com prevenção, a qualidade de vida das pessoas tende a melhorar consideravelmente, de acordo com a especialista. “Uma pessoa que tem pré-disposição de ter uma depressão ou crise de ansiedade, por exemplo, quando ela entra com terapias alternativas, a possibilidade de o quadro evoluir é muito menor”, assegura a psicóloga.

Com Nielly Carneiro, baiana da cidade de Senhor do Bonfim, a música teve papel determinante para acelerar a recuperação após uma cirurgia que fez às pressas para tratar uma Malformação Arteriovenosa (MAV). Como a doença atingiu uma parte importante do cérebro, ela teve a fala e movimentos comprometidos após o processo cirúrgico. Era esperado que a recuperação fosse muito lenta, mas logo na primeira semana após a cirurgia ela encontrou na música o caminho mais curto para estimular um rápido progresso.

 

“A música foi o estopim para eu poder me reerguer. Ajudou demais e me ajuda até hoje. A música é como se fosse meu ponto de calmaria. Me acalma bastante. Quando eu escrevo, quando eu toco, eu consigo expor meus sentimentos. É minha terapia”, relata Nielly, que descobriu a MAV aos 15 anos e hoje, com 19, já não tem mais qualquer restrição na vida em decorrência da doença. “Fiz terapia com fonoaudiólogo e por ele ser músico, facilitou muito minha recuperação. Eu tinha muito mais animação para fazer o tratamento”, relata.

Casos como o de Nielly só corroboram com os estudos que indicam ser de extrema importância que se faça alguma atividade que ajude a não se sentir só, segundo a psicóloga Marta Érica Souza. “A partir do momento em que a pessoa tira o foco apenas da doença, da queixa de estar naquela situação, vivendo aquele momento, e começa se apegar à espiritualidade, fé ou há algo que te dê prazer, há um desfoque do medo que ele traz o tempo todo no período do tratamento de uma doença. Traz consigo uma palavra de esperança, de vida. Se nos apegarmos apenas ao tratamento médico tradicional, vamos estar abrindo uma lacuna muito grande do que pode ajudar as pessoas”, assegura a especialista do Hapvida.

Um dos métodos mais populares para lidar com os sentimentos é a psicoterapia, mas se encaixam tantas outras práticas, como as meditativas, homeopatia, fitoterapia, acupuntura, arteterapia, aromaterapia, ayurveda, biodança, musicoterapia, naturoterapia, osteopatia e quiropraxia.  A acupuntura, por exemplo, age diretamente no cérebro, ajudando a reduzir dores. “Ao colocar uma agulha na pele, ela estimula o cérebro a produzir substâncias na corrente sanguínea, entre elas endorfina, que ajuda o paciente a sentir menos dor e entender as emoções, que costumam estar fora de controle quando uma pessoa se descobre doente”, explica Walter Viterbo, professor doutor, especialista em acupuntura e clínica da dor.

Hoje, diversos estudos comprovam a eficácia da acupuntura para reduzir o estresse. E com a redução do estresse, você vai melhorar os riscos de ter Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto, diabetes, qualidade do sono, digestão, doenças de pele. Somente em você fazer acupuntura, associada à atividade física e reeducação alimentar, com certeza estará evitando adoecer”, esclarece Viterbo. 

Com tantos resultados positivos comprovados, já há um entendimento que vai muito além do rótulo de tratamentos alternativos. “Tanto a meditação, quanto uso de fitoterápicos, oração, músicas e algumas outras práticas têm ganhado uma força muito grande. Quando o paciente vem e tem uma demanda clínica medicamentosa ou algum tipo de doença crônica e pergunta se ele pode se envolver com uma prática alternativa, indicamos, com certeza”, defende a psicóloga.

O Estúdio Correio produz conteúdo sob medida para marcas, em diferentes plataformas.

Assinantura Estudio Correio
O Estúdio Correio produz conteúdo sob medida para marcas, em diferentes plataformas.