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Mercado Livre lança campanha contra alta no frete dos Correios


 

Correios divulgou nota questionando valores citados pela empresa

  • Da Redação

Publicado em 28/02/2018 às 14:03:00
Atualizado em 18/04/2023 às 03:08:04
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O Mercado LIvre, um dos maiores sites de e-commerce do país, começou uma campanha contra o reajuste nos fretes dos Correios, válido a partir de 6 de março. A empresa diz que os valores podem aumentar até 51%, o que foi contestado pela estatal (veja abaixo). Para o Mercado Livre, a mudança vai prejudicar consumidores, especialmente os que moram mais distantes dos centros urbanos, e pequenos e médios empreendedores que vendem pela internet. 

“Ao escolher repassar os custos da sua ineficiência operacional, os Correios – líder na entrega de encomendas no e-commerce – figuram como principal responsável por prejudicar significativamente a evolução do segmento. Um retrocesso que impacta diretamente os pequenos e médios empreendedores, importante fonte geradora de empregos no Brasil”, afirma comunicado do Mercado Livre. “Só no Mercado Livre, mais de 110 mil famílias têm as vendas no marketplace como sua principal fonte de renda".

A empresa destaca que que os consumidores que vivem em regiões mais distantes das capitais sofrerão com reajustes maiores. “O aumento será maior nas rotas mais distantes, por isso entendemos que é um movimento antidemocrático, pois pune mais quem mora mais longe. Para essas pessoas, a compra pela internet não é uma comodidade, mas uma necessidade”, afirmou à "Veja" Leandro Soares, diretor do Mercado Livre.

No comunicado, o Mercado Livre compara os preços praticados no Brasil com o de alguns países latinos em que o site também opera. Para enviar um pacote de meio quilo a uma distância de 500 km, convertendo em dólar, o frete no Brasil fica 42% mais caro do que na Argentina, 130% mais caro do que no Chile, 160% mais caro do que no México e 282% mais caro do que na Colômbia.

O Mercado Livre divulgou a campanha no Facebook. O post teve mais de 15 mil compartilhamentos. Nos comentários, apoio, críticas e sugestões de que a empresa faça parceria com alguma transportadora e abandone o uso dos Correios. A hashtag sugerida pelo Mercado Livre, #FreteAbusivoNao, apareceu nos assuntos mais comentados do Twitter. A empresa afirma que tem parceria com os Correios por ser a empresa de transporte com maior presença em municípios do Brasil.

Outro lado Com a repercussão do caso, os Correios divulgaram nota afirmando que o aumento médio de preços será “apenas 8% para os objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e estadual, que representam a grande maioria das postagens realizadas”. A empresa diz que o aumento, que não será apenas para o e-commerce, é parte de uma revisão anual prevista em contrato e que ajuda a manter os preços competitivos.

Os Correios afirmam ainda que a comparação com outros países não é válida, já que há grande diferente territorial entre o Brasil e os vizinhos. Cita ainda a violência nas cidades brasileiras como outro ponto de impacto nos preços.  “Por esse motivo, foi estabelecida uma cobrança emergencial de 3 reais para os envios destinados à cidade do Rio de Janeiro, cobrança essa que poderá ser suspensa a qualquer momento, desde que a situação de violência seja controlada”.