'Meu filho não é bicho', diz mãe de adolescente tatuado na testa

A mãe do adolescente de 17 anos que teve a testa tatuada a força no ABC paulista, se revoltou com a ação e disse desejar justiça

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  • Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2017 às 10:55

- Atualizado há um ano

Em entrevista ao site "G1", a auxiliar de limpeza Vania Rocha, mãe do adolescente de 17 anos que teve a testa tatuada a força por dois tatuadores em uma pensão de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, se revoltou com a ação e disse desejar justiça.

"Meu filho não é boi, não é animal. Ele não é bicho" desabafou. Vania disse estar preocupada com a recuperação do filho, que é dependente químico e estava desaparecido desde 31 de maio até a repercussão do vídeo, quando a família identificou o menor.

"A gente precisa tirar isso do rosto dele porque ele não é bicho. Muita gente está julgando ele, mas ninguém conhece a história dele. A única coisa que a gente quer é Justiça".

Segundo Vania, o filho foi tratado com crueldade pelos agressores, o tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, de 27 anos, e o vizinho dele, Ronildo Moreira de Araújo, 29 anos. Os dois foram presos em flagrante na sexta-feira (9), acusados de tortura.'Tive vontade de morrer, comecei a chorar', diz adolescente que foi tatuado na testa (Foto: Reprodução)Leia mais: 'Tive vontade de morrer, comecei a chorar', diz adolescente que foi tatuado na testa

"Como ele vai sair por aí? Ele é vítima da sociedade", questiona a mãe da vítima, que até agora não conseguiu assistir ao vídeo que os agressores gravaram no momento do crime e que repercutiu até chegar na família. Para ela, bastou ver a foto para sentir revolta e tristeza.

"Infelizmente eles vão pagar pelo erro deles. Só tenho pena da família deles. Quando eu recebi o vídeo eu não consegui assistir. Eu vi a foto e isso acabou comigo, acabou com a família".Atualmente desempregada, Vania releva que não tem condições financeiras para tratar da dependência química do filho. "Ele precisa de ajuda, de tratamento, a gente não tem condições de pagar, a gente é pobre. Eu sou auxiliar de limpeza e estou desempregada. Eu estou acabada, ele pode ser o que for, mas o ser humano não tem direito de fazer isso. Ele é uma criança, ele é doente, não precisa de críticas, precisa de ajuda, de tratamento". Mas agora, além de lutar para conseguir tratá-lo, ela pretende remover a tatuagem da testa do filho. 

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