Ministério da Saúde volta a recomendar vacinação de adolescentes contra a covid

Anúncio ocorre após confirmação de que morte de jovem de 16 anos não teve relação com vacina; diversos estados, como a Bahia, não suspenderam imunização

Publicado em 22 de setembro de 2021 às 22:58

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Maína Diniz/PMLF

O Ministério da Saúde voltou a liberar a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos, mesmo os sem comorbidades, contra a covid-19. O recuo da determinação feita no último dia 16, e que não foi acatada por diversos estados, foi publicado na noite desta quarta-feira (22) no site do ministério. Na ocasião da suspensão, o ministro Marcelo Queiroga afirmou que existem "eventos adversos a serem investigados".

"Adolescentes de 12 a 17 anos, sem comorbidades, devem ser vacinados seguindo ordem de prioridades. Essa é a recomendação do Ministério da Saúde, publicada em uma Nota Técnica na noite desta quarta-feira (22). Além disso, a pasta reforça a orientação para que estados e municípios utilizem apenas a vacina da Pfizer/BioNTech, única autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para essa faixa-etária. A orientação garante a segurança da campanha", informou a nota divulgada pelo órgão.

“Podemos, a partir de agora, retomar a vacinação dos adolescentes e essa decisão vem após vários estudos e discussões técnicas. Depois de muita investigação, entendendo as causas que fizeram com que se adotasse a suspensão e, depois de uma semana, decidiu-se que podemos retomar a vacinação priorizando os grupos que têm uma imunidade mais deficitária”, disse o Secretário-Executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz.

Ainda na nota, o ministério diz que, apesar da retomada, os grupos vulneráveis devem ser priorizados: "não só o grupo com comorbidades, mas a população que precisa de reforço e o encurtamento de prazo". Segundo a previsão do órgão, todos os brasileiros devem ser imunizados até o final de 2021, mas o ministério diz que o Plano Nacional de Imunizações (PNI) precisa ser respeitado pelos estados e municípios.

Antes do anúncio desta quarta, um Comitê formado por representantes do ministério, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou que a morte de uma jovem de 16 anos de São Bernardo do Campo, ABC Paulista, não está relacionada com a vacinação contra o coronavírus. O governo de São Paulo já havia feito essa confirmação.

"O processo investigativo foi validado pelos membros do CIFAVI e o diagnóstico referendado. (...) A causalidade foi classificada como coincidente, ou seja, descartou-se a possibilidade de o óbito ter sido relacionado à administração da vacina", afirmou a Anvisa em nota.

Bahia manteve a vacinação

Apesar da recomendação do ministério no último dia 16, a Bahia manteve a vacinação dos adolescentes nos seus 417 municípios após decisão da Comissão Intergestores Bipartite da Bahia (CIB). Nesta quarta-feira (22), Salvador começou a imunizar adolescentes de 12 anos, data limite permitida até o momento pela Anvisa para imunização contra covid.