Ministério Público defende manutenção da prisão de Iuri Sheik

Influenciador matou empresário durante festa de São João em Santo Antônio de Jesus

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  • Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2020 às 19:17

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/SSPBA

Réu confesso do assassinato de um homem no São João do ano passado, o influenciador digital e empresário Iuri Sheik teve os pedidos de liberdade contestados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). Há cerca de quinze dias, o promotor João Manoel Santana Rodrigues defendeu a manutenção da prisão preventiva dele. 

De acordo com um documento ao qual o CORREIO teve acesso, a defesa do influenciador argumenta que ele já está mais de um ano (435 dias) preso e o processo criminal segue em investigação, portanto sem ser encerrado, e que há frequentes adiamentos de audiências. Para os advogados do caso, a manutenção da prisão trata-se de um “constrangimento ilegal” diante do excesso de prazo da ação penal a qual ele responde.

No entanto, o promotor não viu sentido na argumentação, já que a prisão preventiva foi decretada por força do grave crime do qual Iuri é acusado. João Manoel Rodrigues justificou que “o prazo para encerramento da instrução criminal não pode ser analisado de maneira matemática, fatalista, diante das inúmeras peculiaridades e particularidades de cada feito, cuja complexidade, dentre outros fatores, deve ser analisada para aferição da razoável duração do processo”, escreveu.

O promotor comentou ainda que o caso é complexo porque o MP-BA solicitou depoimentos de oito testemunhas, além das seis apresentadas pela defesa, totalizando 14 pessoas a serem ouvidas, sendo que 13 delas são residentes em Salvador. O caso aconteceu em Santo Antônio de Jesus. Por causa do número de testemunhas, isso contribuiria para um prazo maior para o encerramento do caso.

Atualmente, a conta de Iuri Sheik no Instagram segue privada. Procurada, a defesa dele informou que insistirá na busca pela liberade. Advogado do empresário, Victor Valente explicou que, além do prazo excessivo, "os próprios requisitos pessoais de Iuri por si só já seriam suficientes para o deferimento da medida. Além dele também ser o responsável pelo sustento em seu núcleo familiar", disse. Ainda segundo Valente, as duas lojas de roupas que Iuri mantinha em Salvador foram temporariamente fechadas. "Iuri era quem geria e administrava os negócios. Sem a sua presença, nesse momento, essa foi a melhor opção", completou.

Relembre o caso Iuri Sheik e Will se desentenderam durante tentativa de cumprimento (Foto: Reprodução) O influenciador digital foi acusado, e confessou, ter atirado contra um homem identificado como William Oliveira, 28 anos, ex-sócio da banda de pagode Black Style. O fato aconteceu na noite de 23 de junho de 2019, em uma festa de paredão em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano. A vítima foi atingida no peito duas vezes, chegou a ser internada, mas morreu três dias depois. William deixou três filhas: a mais velha de 13 anos, uma de 11 e a caçula, que na época tinha apenas 40 dias de vida. 

Conforme noticiado pelo CORREIO na data do ocorrido, Iuri teria disparado contra William porque este tinha recusado cumprimentá-lo.  “Inicialmente, a versão que chegou para nós foi que havia acontecido uma briga de trânsito. No entanto, foi ouvindo as testemunhas que chegamos à nova versão do fato. Todos ouvidos até agora contam que Iuri estendeu a mão e William disse: ‘não vou dar a mão porque não gosto de você’. Então, Iuri foi no carro, pegou a arma e atirou”, contou o delegado Edilson Magalhães.

A recusa de Willian seria por causa de uma rixa antiga com o digital influencer. “Parece que foi coisa de fofoca, picuinha no meio artístico. O porquê da rixa não é o mais importante. O importante é o fato do cara ter atirado porque o outro não o cumprimentou. Isso é o fato imediato. Temos testemunhas que viram ele atirando”, complementou Magalhães.