Missa festiva celebra memória de Santa Dulce nos 30 anos de seu falecimento

Santuário Santa Dulce dos Pobres ficou lotado de fiéis

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  • Wendel de Novais

Publicado em 13 de março de 2022 às 14:09

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO

O domingo (13) foi de celebração à memória de Santa Dulce dos Pobres no seu santuário, no Largo de Roma. Na data, que marca 30 anos do falecimento da santa, devotos e admiradores acordaram cedo e se reuniram às 8h30 para render homenagens ao anjo bom do Brasil, como ela é carinhosamente chamada.

O santuário, que tem capacidade para 1,5 mil fiéis, se encheu de fiéis que não queriam perder a oportunidade de participar da homenagem. Embora demonstrassem de forma diferente - uns com sorrisos e outros com lágrimas -, os presentes ficaram emocionados durante a celebração da missa.

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Emoção e devoção

Um sentimento que foi ainda mais forte para Geraldo Silva, 61 anos, que trabalha com corretagem. A filha dele teve um episódio de morte súbita. Levada ao hospital, foi reanimada, sobreviveu e não guarda sequelas. Um milagre que, para o pai, só pode ser obra de Santa Dulce dos Pobres. 

"Foi milagre dela, que iluminou a equipe médica e salvou minha filha. Minha relação com ela é de fé e ela não me abandonou. Prometi que, se minha filha sobrevivesse, viria caminhando da Baixa de Quintas até aqui. Hoje, estou cumprindo", conta ele, chorando com a imagem da santa na mão. Geraldo chegou ao santuário com a imagem da santa na mão (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Outro que não se aguentou de emoção foi o aposentado Roberval Lima, 69, que conviveu com o anjo bom quando era adolescente e vive reafirmando sua devoção. Aos prantos, ele lembrou da relação com ela.

"Quando eu tinha 14 anos, vivia com ela na feira, ajudando com as coisas. Desde essa época, acompanho e virei devoto. Toda sexta estou por aqui. Agora, a emoção é ainda mais forte pela data. Lembrar Santa Dulce é muito forte pra mim", afirma o pedreiro. Roberval conviveu com Santa Dulce (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Emoção de Roberval (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) A relação da secretária Edilene da Silva, 49, com a santa é mais recente. Há um ano, por meio de uma promessa de sua amiga para o anjo bom, ela afirma ter sido curada de um câncer. Desde então, virou devota e marca sempre presença nas missas do santuário. 

"Sempre estou aqui e, hoje, muito emocionada. Moro no Garcia, acordei às 5h para estar aqui cedinho. Faria mil vezes de novo por essa emoção, por nossa santa. Tenho muita fé nela e sou muito grata", declara ela. Edilene é devota de Santa Dulce (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Celebrar a memória

Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, o cardeal Dom Sergio da Rocha foi quem celebrou a missa. Para a reportagem, falou sobre a importância de fazer o resgate da memória da santa.

"Nós fazemos memória não só olhando para o passado, mas também para hoje. Queremos aprender com Santa Dulce dos Pobres a amar e servir a todos, especialmente o mais pobre, mais sofredor", explica o cardeal.

Sobrinha da santa e superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), Maria Rita falou com emoção da missa e dos problemas financeiros que as obras têm enfrentado, registrando um déficit operacional de R$ 24 milhões, com previsão de mais R$ 20 milhões até o fim de 2022."É um momento de agradecer porque, lá do céu, ela continua protegendo e iluminando nossos passos. Também é um momento de fazer um apelo à comunidade. Apesar de estarmos de portas abertas, se não houver ajuda das pessoas e do governo, ficamos na iminência de ter que suspender os atendimentos", diz a superintendente. Presente na missa, Ana Paula Matos, vice-prefeita de Salvador, também falou sobre a necessidade de ajuda para a Osid. Devota de Santa Dulce, ela citou o legado do anjo bom para incentivar a sociedade civil a ajudar.

"Aproveito essa oportunidade para pedir que todas as pessoas, os empresários e a sociedade possam se unir em um apoio financeiro à obra. Com as questões da covid e o aumento nos insumos, ficou muito difícil a manutenção da obra. Vamos aproveitar esse legado de bem", completa a vice-prefeita, que vê a santa como o pilar da Bahia e uma das suas maiores inspirações na vida pública. Ana Paula Matos e Maria Rita estiveram presentes na celebração (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Como ajudar?

Para ajudar a manter vivo o legado de amor e serviço de Irmã Dulce, é possível doar qualquer quantia através do PIX [email protected] ou efetuar uma doação a partir do site www.irmadulce.org.br/doeagora. Mais informações sobre como ajudar a Osid podem ser obtidas também através da Central de Relacionamento com o Doador, no telefone (71) 3316-8899.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo