Momento da virada: confira dicas para transformar as lições do passado em realizações

O CORREIO ouviu dois especialistas que dão dicas

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 06:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock/Reprodução

A pandemia é uma realidade e, por mais que a possibilidade de vacina dê esperança, a expectativa é que os negócios e a economia ainda enfrentem percalços. Por isso mesmo, não dá para aguardar a pandemia passar para retomar o controle. O CORREIO ouviu dois especialistas que dão dicas sobre como aproveitar as lições de 2020 para construir um 2021 melhor. 

A headhunter internacional Erica Castelo defende que a dura experiência adquirida seja uma impulsionadora do desempenho pessoal e profissional. “Depois da resiliência e necessidade de adaptação que todos nós desenvolvemos durante o ano passado, esse ano precisa ser o momento de usar tudo isso para apoiar nossas decisões de mudança na vida pessoal e profissional”, orienta. Erica Castelo defende que as lições de resiliência aprendidas no ano passado sejam aplicadas na vida pessoal e nos negócios (Foto: Divulgação) Para ela, esse é o momento de colocar os planos em prática, arriscando mais. “Estamos, mais do que nunca num mundo em extremo dinamismo. Aproveite para colocar mais ousadia em seus sonhos, porque você provou a si mesmo que consegue lidar com desafios inesperados, erros e acertos, aprender com tudo isso, corrigindo a rota ao longo do caminho”, aposta.

Cliente como foco

O consultor empresarial Alex Cruz acredita que o momento exige conformidade para a nova realidade. “É preciso reajustar as rotinas, as tarefas e as metas desenvolvidas para o negócio. Não dá para lamentar o que não foi ou o que poderia ter sido. A hora é de agir dentro desse novo contexto”, defende. Para ele, 2021 será o ano em que o empreendedor precisará focar em melhorar as experiências dos clientes, meio a esse novo cenário. “Mudamos vários hábitos, deixamos alguns modelos antigos e criamos paradigmas novos, o desafio é pensar em como atender melhor o meu cliente com esse novo cenário”, reforça. Alex Cruz reforça a importância do empreendedor focar na criação de experiências positivas para os clientes (Foto: Divulgação) Para quem ainda está envolvido em sentimentos de autopiedade, Cruz lembra que, historicamente, a humanidade sempre teve avanços após as grandes crises. “Embora muito duros, momentos de incertezas e de mudanças como esse nos tiram da zona de conforto. O ideal é focar, pesquisar e aprender com os cases de sucesso, e não ficar “se lamentando” com o que deu errado. Aproveite o momento para aprender e mudar!”, sugere. 

Para o consultor, o primeiro passo é definir novas metas, tanto do ponto de vista pessoal como empresarial e, depois, transformar as projeções em ações concretas. “Ao invés de focar apenas em lucros e retornos financeiros, que tal estabelecer como meta para o ano alguma experiência motivadora e mais relevante que o dinheiro, que virá como uma consequência”, provoca.

Ensinamentos 

Erica Castelo ressalta que não existe uma fórmula pronta para o sucesso, mas a crise mostrou novas rotas sobre o consumo e sobre os negócios. “Experimentar novos caminhos, testar conceitos com seu público algo, escutar feedback. Errar e consertar rápido. Tudo isso certamente vai ajudar na construção de um negócio mais flexível, adaptado e, mais importante de tudo, centrado no seu consumidor – e não no produto ou serviço em si”. 

Ela destaca que o ano da pandemia também ampliou os conhecimentos sobre tecnologia e as ferramentas que podem tornar o negócio mais ágil, democratizando o acesso aos produtos. “ O  vírus trouxe muita crise inesperada, mas também, muitas oportunidades de inovação e pensamento fora da caixa”, observa.

Para Alex Cruz, o advento da pandemia mostrou ao empresário a necessidade de fazer planejamentos a curto, médio e longo prazo e compreender a importância das reservas financeiras. “Aliado a isso, ficou bem evidente a necessidade de reinvestir no negócio e diversificar os canais de vendas, não dependendo apenas do ponto físico ou de um único aplicativo, enfatizando sempre nas melhores experiências para o cliente”, reforça.

Erica ressalta que as competências humanas, que diferenciam humanos das máquinas, estão muito mais valorizadas do que as técnicas. Por isso mesmo, é hora de apostar no desenvolvimento de habilidades e competências como a capacidade analítica, pensamento crítico, comunicação e criatividade, liderança e inteligência emocional. “Esse novo mundo dos negócios e do trabalho deseja pessoas que consigam pensar fora da caixa, ser pró ativas e empreendedoras, usando a tecnologia a seu favor e não concorrendo com ela”, finaliza.