Assine

Monumento ao Dois de Julho, no Campo Grande, deverá ser tombado pela Prefeitura


 

Administração municipal abriu processo e, até ser avaliado, o patrimônio fica em regime de tombamento provisório

  • Da Redação

Publicado em 04/03/2020 às 19:32:00
Atualizado em 20/04/2023 às 22:14:05
. Crédito: Foto: Valter Pontes/Secom

A Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), abriu, nesta segunda-feira (2), um processo de tombamento do Monumento ao Dois de Julho, situado no Campo Grande.  Enquanto o processo não for concluído, a escultura permanece em regime de tombamento provisório, medida que garante preservação e proteção ao bem.

Com a abertura do processo, um dossiê técnico deve ser preparado em um prazo de até três anos. Depois de pronto, o documento é encaminhado ao Conselho Consultivo do Patrimônio para análise e emissão de parecer (nos casos favoráveis). Se for tombado, a prefeitura diz que serão planejadas uma série de ações para que a peça artística centenária seja preservada.

Restauro

Em setembro, o monumento foi entregue novamente à cidade após ter passado por um reparo que durou seis meses. Com investimento de R$ 829 mil, a restauração do Monumento ao Dois de Julho envolveu a reposição de peças danificadas e furtadas, limpeza e pinturas, além da recuperação da pavimentação, dos postes e luminárias que cercam o monumento.

Foram repostos mais de 200 quilos de peças em bronze que foram roubadas. Além disso, foi instalada próxima à composição artística uma placa com QR Code, por meio da qual a população poderá acessar todas as informações históricas do monumento. A iniciativa faz parte do projeto #Reconectar, desenvolvido pela FGM.

Desde a entrega, a peça passou a ser vigiada 24 horas por dia por uma base da Guarda Civil Municipal em funcionamento no Campo Grande. O local também conta com um sistema de videomonitoramento para coibir a ação de vândalos.

História

Criado na Itália pelo artista italiano Carlo Nicoli y Manfredini, e inaugurado em 1895, o Monumento ao Dois de Julho mede 25,86 metros e possui uma estética neoclássica. Constituída de pedestal de mármore de Carrara, o patrimônio tem coluna de bronze.

A principal personagem da composição é um caboclo com 4,1 metros de altura munido com arco e flecha e armado com uma lança, matando um dragão – uma metáfora à tirania portuguesa. O indígena representa a identidade, a nacionalidade e a liberdade do povo brasileiro que lutou pela independência. Na base da coluna estão uma escultura de mulher representando a Bahia e outra em referência à Catharina Paraguaçu, a índia tupinambá, mulher de Caramuru, com o lema “Independência ou Morte” no escudo.

Ainda integram a riqueza de detalhes do monumento símbolos e ícones que representam batalhas, nomes de heróis e os principais rios da Bahia, São Francisco e Paraguaçu. Sem falar da cachoeira de Paulo Afonso, as águias e leões instalados na estrutura, que significam liberdade e república. Há também oito candelabros, de sete metros, adaptados para iluminação a gás, além de mosaicos com referências a eventos da História do Brasil.