Morador de rua se desculpa por expor relação com mulher de personal: 'envergonhado'

Segundo laudo médico, mulher de 33 anos sofre de transtorno afetivo bipolar e teve alucinações

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  • Da Redação

Publicado em 29 de março de 2022 às 18:25

. Crédito: Reprodução/Youtube

Gilvado Alves de Souza, o homem em situação de rua que teve relações sexuais com a mulher de um personal trainer em Planaltina, no Distrito Federal, voltou a comentar sobre o assunto em entrevistas. Ele se diz arrependido de ter exposto detalhes íntimos sobre a mulher de 33 anos - que sofre de "transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica", segundo laudo médico - e pediu perdão a todos.

"Essa infelicidade que eu tive ao descrever a situação é uma coisa muito feia. Eu me sinto envergonhado", comentou Givaldo. "Eu gostaria de pedir desculpas, primeiramente a ela, às meninas da minha família, minha mãe, e depois à todas vocês (mulheres).

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Ele ainda declara que não costuma expor suas relações sexuais nem para amigos. "Não sou o tipo de homem de abrir uma coisa íntima para ninguém. Meus amigos que me conhecem sabem que eu não descrevo isso", declarou após ser questionado pelas suas declarações que expõem detalhes íntimos do momento em que ele se relacionou com a moça. "Eu fui infeliz mesmo ao relatar um fato que eu poderia ter ponderado mais", disse.Laudo médico aponta alucinações

A mulher de 33 anos que teve relações sexuais com o morador de rua Givaldo Alves sofre de "transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica", segundo o laudo emitido em 15 de março por um médico psiquiatra do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Ela segue internada e sem previsão de alta médica. Segundo o relatório, a paciente está em tratamento psicofarmacológico e em terapia antirretroviral profilática.  “Aguardamos ainda a melhora clínica da paciente”, diz documento.

Ela deu entrada no HUB um dia antes do laudo ter sido assinado. O caso envolvendo a mulher, o seu marido Eduardo Alves e Givaldo aconteceu no dia 9 de março. No dia 10, Eduardo a levou no Hospital de Base, onde inicialmente os psiquiatras perceberam que havia alterações de comportamento.

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Segundo o Metrópoles, que teve acesso ao documento, o médico do HUB listou, entre os sintomas apresentados pela mulher, "alucinações auditivas, delírios grandiosos e de temática religiosa, hipertimia, falso reconhecimento, comportamentos desorganizados e por vezes inadequados". O código usado para especificar o quadro clínico foi F31.2 CID-10, na Classificação Internacional de Doenças (CID). 

Ainda de acordo com o documento, o profissional de saúde aponta outros comportamentos que ela poderia ter dentro do atual quadro de saúde. "Gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade". 

No laudo, o psiquiatra conclui que a esposa do personal trainer Eduardo Alves "não é capaz de responder por si, tampouco de exercer vários atos da vida civil; em especial o de assinar documentos e procurações, assim como de celebrar contratos ou contratar serviços de qualquer natureza".

“Na avaliação clínica de hoje [15 de março], percebemos quadro de taquipsiquismo com hipervigilia, hipertimia, comprometimento da crítica e conteúdo delirante, traduzindo-se em prejuízo do discernimento, de sua autonomia e autodeterminação, motivo pelo qual se optou pelo regime de internação involuntária”, escreveu o médico. 

A Justiça havia pedido, na quinta-feira (24), um laudo sobre o estado de saúde da mulher para nomear outra pessoa para representá-la no processo que corre sobre o caso. Segundo dados médicos, em 2017 a mulher apresentou síndrome depressiva reativa e em 2018 teve “estado de aceleração mais atenuado”.