Moradora impede que homem seja morto por supostos traficantes

Mesmo após intervenção, bandidos atiraram na mão do rapaz no Calabetão

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2019 às 09:54

- Atualizado há um ano

Uma moradora do bairro Calabetão, em Salvador, ajudou a salvar a vida de um homem que seria executado por supostos traficantes na tarde desse sábado (23). O rapaz, identificado como Eslen Conceição dos Santos, 22 anos, não foi morto porque ela interviu numa confusão entre ele e os criminosos, que apontaram Eslen como pertencente a uma facção rival.

Apesar da ajuda da mulher, o jovem não saiu ileso. Os criminosos deram um tiro na mão dele e roubaram o seu aparelho celular. Ferido, ele foi socorrido em ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde a ocorrência foi registrada.

No posto policial da unidade, a vítima contou que o autor do disparo estava acompanhado de mais dois indivíduos armados e que todos seriam ligados à facção Bonde do Maluco (BDM).

Eslen estava numa rua próxima ao Mercado Líder e os homens acharam que ele era “Alemão do Santo Inácio” e que por isso iriam matá-lo. O caso será investigado pela 10ª Delegacia (Pau da Lima).

Outros crimes Desde julho deste ano, o BDM está em confronto com a facção Comando da Paz (CP), que atua na região de Jardim Santo Inácio. No dia 18 de julho, o BDM atacou líderes do CP e deixou um morto, identificado como Juarez Bispo Júnior, 34, que, segundo a polícia, era irmão do traficante Jau, uma das lideranças do Comando da Paz. A morte de Juarez chegou a ser filmada pelos criminosos e o vídeo foi espalhado nas redes sociais.

Outros episódios de violência envolvendo facções ocorreram também neste ano no Jardim Santo Inácio. Em março, os ônibus pararam de circular no bairro logo após a morte de duas pessoas em uma ação atribuída ao BDM. 

O encarregado de vendas Djalma do Patrocínio Santos Júnior, 44, e o estudante Eduardo Bispo Santos, 18, foram baleados e mortos em um lava a jato do bairro, na noite do dia 23 de março. O estabelecimento onde o jovem foi morto ficava perto da igreja que a vítima frequentava e também do ponto de acarajé da mãe dele. A baiana e o marido testemunharam a morte do filho e por pouco também não foram assassinados.