Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2019 às 19:42
- Atualizado há 2 anos
O miinistro da Justiça, Sergio Moro, pediu à Procuradoria-Geral da República que investigue o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, por crime de calúnia. Para Moro, Santa Cruz fez declarações que constituem crime contra sua honra. A representação foi protocolada com base em uma entrevista do advogado para Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.>
Na entrevista, publicada em 26 de julho, Santa Cruz afirmou que Moro "usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e ainda banca o chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas". Ele se referia a uma reportagem anterior da Folha que revelava que Moro avisou a autoridades por telefone que as mensagens obtidas pelos hackers seriam destruídas. O ministro negou depois que falou em destruição das provas, que foi proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). >
No ofício encaminhado à PGR, Moro diz que depois de análise "a conduta do ofensor reúne elementos aptos ao enquadramento nos tipos penais de calúnia, injúria e difamação, com o que estou de acordo, além de consignar que o teor da manifestação repercutiu, efetivamente, sobre a minha honra subjetiva".>
"Esclareço que este ministro da Justiça e Segurança Pública não exarou qualquer determinação ou orientação à Polícia Federal para destruição do material ou mesmo acerca de sua destinação, certo de que compete, em princípio, ao juiz do processo ou ao próprio Poder Judiciário decidir sobre a questão, oportunamente", afirma Moro no pedido.>
Este episódio é mais um nos conflitos entre Santa Cruz e o governo federal. Primeiro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que poderia dizer ao presidente da OAB como o pai dele, o militante de esquerda Fernando Santa Cruz, desapareceu durante a ditadura. Santa Cruz foi ao STF após a declaração de Bolsonaro. Nesta semana, a Petrobras rompeu contrato com o escritório de advocacia de Santa Cruz.>