Morre um dos fundadores do Instituto de Saúde Coletiva da Ufba

Professor estava hospitalizado com problemas cardíacos; enterro será na tarde desta segunda (16)

  • D
  • Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2021 às 11:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/ISC

Um dos fundadores do Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o professor Sebastião Antônio Loureiro de Souza e Silva, morreu no último domingo (15), em Salvador. Tião, como era carinhosamente chamado pelos amigos, estava hospitalizado com problemas cardíacos e chegou a passar por uma cirurgia. O corpo do professor será enterrado nesta segunda-feira (16), às 17h, no Cemitério Jardim da Saudade.

Em nota, o ISC destacaou que o professor Tião "sempre foi um exemplo para todos nós, com a sua forma única de olhar a vida e relacionar-se com os colegas, alunos e funcionários. Gentil, generoso, inteligente, criativo, sempre esteve atento às possibilidades de inovação e desenvolvimento institucional, comprometido com o fortalecimento do campo da Saúde Coletiva e da luta social e política em defesa da Reforma Sanitária Brasileira e por uma sociedade justa e democrática".

Médico formado na Ufba (1964), com mestrado em Tropical Public Health – University of London (1968) e doutorado em Epidemiologia – University of Texas System (1978), ele era professor Emérito da Ufba e decano do Centro de Formação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

Tião construiu sua trajetória acadêmica ao ingressar como professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina. Visionário, sonhou e construiu, junto com vários colegas, o ISC, espaço onde sempre se destacou pela visão ampla dos horizontes científicos, tecnológicos e humanísticos da pesquisa e das práticas de Saúde Coletiva.

Presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), no momento da realização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, Tião conduziu os trabalhos do grupo de militantes que contribuiu para a incorporação do direito universal à saúde na Constituição Federal de 1988. Teve também importante atuação no plano internacional, tendo sido presidente da Associação Latino-Americana de Medicina Social (Alames) e da International Association of Health Policy (IAHP).

"Seu legado continuará conosco, inspirando as novas gerações da Saúde Coletiva no Brasil, na América Latina e no mundo. Deixa a saudade nos amigos e companheiros que cultivou ao longo de sua vida, em que buscou, como nos dizia, 'novas formas de pensar, de trabalhar e de amar'. O Instituto de Saúde Coletiva se solidariza com os familiares, colegas e amigos do professor".