'Morria de medo', conta youtuber sobre relacionamento abusivo

Seguidores de Dora Figueiredo‏ suspeitam que ela fala da relação que teve com o também youtuber Tavião

  • D
  • Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2019 às 09:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/YouTube

Conhecida por falar sobre sexo, sexualidade, relacionamentos e comportamento em seu canal no YouTube, a influenciadora digital Dora Figueiredo, 24 anos, movimentou a internet nesta quarta-feira (17) ao publicar um vídeo com um relato emocionado sobre um relacionamento abusivo que viveu.

A ex-estudante de nutrição na Universidade de São Paulo contou que chorou muito ao gravar o vídeo, mas que decidiu publicar mesmo assim "pra mais mulheres não passarem por isso". "Finalmente eu consegui fazer um vídeo sobre relacionamento abusivo contando um pouco do que eu vivi. Foram exatos 29 minutos chorando sem parar, mas eu cansei de ter medo, não contei nem 1% do que eu vivi, porém contei como eu me sinto e pela primeira vez no canal principal", escreveu em sua conta do Twitter ao divulgar o vídeo, que ultrapassa 270 mil visualizações nesta quinta-feira (18).

Ela começou o relato afirmando que não imaginaria passar por uma relação abusiva. "Um relacionamento abusivo começa de uma forma muito sutil. Começa lindo. A pessoa te idolatra, fala que você é uma mulher incrível e aos poucos isso vai se perdendo no meio de algumas 'dicas' de como você poderia se comportar melhor (...). Eu lembro muito bem do primeiro sinal: foi quando ele fez: 'sshhh', aqui não é lugar pra você falar alto", inicia a youtuber.

Os seguidores da youtuber suspeitam que ela está falando da relação que teve com o também youtuber e vlogger Otávio Albuquerque, mais conhecido como Tavião. O co-criador do canal Rolê Gourmet e criador do Coisas que Nunca Vivi ou Evitava Viver (CQNVOEV), com quem Dora morou, aliás, fechou os comentários da sua última publicação do Instagram. Dora não se pronunciou sobre isso.

[[galeria]]"Claramente isso é sobre o relacionamento dela com o Tavião e sinceramente eu tô decepcionada mas não surpresa. Não tem cara que eu achava incrível que eu vá me chocar de verdade em saber que ele é um abusador. Só posso sentir muito pelo o que ela passou", escreveu uma internauta."Eu achava que o Tavião parecia um ursinho fofo. Hoje descobri que ele é a versão daquele ursinho malvado de Toy Story 3", comentou outra.

No vídeo, Dora revelou que desenvolveu uma relação tóxica com a comida porque o então namorado evitava comer junto com ela. "Ele meteu a mão no meu prato e falou 'você não tem respeito pela comida: é por isso que eu não como com você, que eu não cozinho pra você e que eu não saio com você pra comer, porque você não tem educação'", relatou. 

Dora comentou ainda sobre a forma que o então namorado lidava com a sua depressão: "Foi de 'poxa, eu tenho dificuldade de entender a sua depressão porque eu não tenho nada parecido', para 'você é a mulher mais fraca que eu já conheci. Eu tenho certeza que você nunca vai melhorar da depressãoe e eu não quero uma mulher doente do meu lado'".

Em seu perfil no Instagram, Dora também desabafou sobre o relacionamento tóxico. Confira o relato completo da influenciadora:

"Como uma coisa tão simples e prazerosa se tornou uma das maiores ferramentas de punição pra mim? Bom uma parte dessa história eu contei hoje no canal, em um vídeo desabafo sobre a minha experiência com relacionamento abusivo, eu cheguei num ponto de ter medo de comer, medo de estar usando o talher errado, comendo a coisa errada, desrespeitando elx com a forma que eu deixava meus talheres depois de comer, medo de gostar do que eu sempre gostei de comer, medo de engordar mais, pois afinal “desde que eu te conheço você só engordou”, eu morria de medo de sair pra comer, de comer, de querer comer, então eu parei de comer, comia o que queria escondido e tinha que mentir quando era questionada sobre o que eu tinha almoçado, e quando engordava simplesmente passava um dia inteiro sem comer, assim elx não desconfiaria, tinha medo do que eu podia ou não podia falar à mesa, e quem me dera que esse fosse o único momento de tortura, não, foi um bom tempo de tortura, mas agora isso tudo acabou, como eu disse no vídeo eu cansei de bancar a forte e fingir que nada aconteceu, não adiantou pra mim, eu já me privei de ser eu mesma por tempo suficiente. Eu não tenho mais medo, e só assim me sinto finalmente livre do meu abusador. Livre pra não ter que substituir por outro abusador, livre pois sei que eu fiz absolutamente tudo pra ser alguém “melhor pra essa pessoa” quando na verdade eu só estava morrendo, livre pois me livrei da culpa imensa que sentia, livre pois sei que eu não sou louca, eu sei exatamente o que eu vivi, e não fui só eu, e não vai continuar sendo se a gente continuar sem falar sobre esse assunto. Violência contra a mulher acontece de varias formas, saber identificar e previnir o sofrimento de outras mulheres é uma luta pela qual vale a pena. Eu quero aprender a me defender e ajudar outras mulheres a aprenderem juntas, pelo fim da violência contra a mulher, seja ela psicológica, moral, física, sexual ou patrimonial"

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Como uma coisa tão simples e prazerosa se tornou uma das maiores ferramentas de punição pra mim? Bom uma parte dessa história eu contei hoje no canal, em um vídeo desabafo sobre a minha experiência com relacionamento abusivo, eu cheguei num ponto de ter medo de comer, medo de estar usando o talher errado, comendo a coisa errada, desrespeitando elx com a forma que eu deixava meus talheres depois de comer, medo de gostar do que eu sempre gostei de comer, medo de engordar mais, pois afinal “desde que eu te conheço você só engordou”, eu morria de medo de sair pra comer, de comer, de querer comer, então eu parei de comer, comia o que queria escondido e tinha que mentir quando era questionada sobre o que eu tinha almoçado, e quando engordava simplesmente passava um dia inteiro sem comer, assim elx não desconfiaria, tinha medo do que eu podia ou não podia falar à mesa, e quem me dera que esse fosse o único momento de tortura, não, foi um bom tempo de tortura, mas agora isso tudo acabou, como eu disse no vídeo eu cansei de bancar a forte e fingir que nada aconteceu, não adiantou pra mim, eu já me privei de ser eu mesma por tempo suficiente. Eu não tenho mais medo, e só assim me sinto finalmente livre do meu abusador. Livre pra não ter que substituir por outro abusador, livre pois sei que eu fiz absolutamente tudo pra ser alguém “melhor pra essa pessoa” quando na verdade eu só estava morrendo, livre pois me livrei da culpa imensa que sentia, livre pois sei que eu não sou louca, eu sei exatamente o que eu vivi, e não fui só eu, e não vai continuar sendo se a gente continuar sem falar sobre esse assunto. Violência contra a mulher acontece de varias formas, saber identificar e previnir o sofrimento de outras mulheres é uma luta pela qual vale a pena. Eu quero aprender a me defender e ajudar outras mulheres a aprenderem juntas, pelo fim da violência contra a mulher, seja ela psicológica, moral, física, sexual ou patrimonial. O link do vídeo estará nos storys e na minha Bio. Obrigada

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Minutos após publicar o vídeo, Dora recebeu milhares de mensagens dos seguidores e internautas. Ela disse estar feliz com a repercussão: "Estou até agora vendo mensagem de vocês, muito obrigada por tudo!!! Preciso dormir pq pelo visto amanhã vai ser um dia cheio! Força pra todas as mulheres que precisam de ajuda nesse momento! Força pra nós".